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Al Qaeda teria usado rede clandestina para entrar nos EUA
Da AFP
23/08/2004 | 08:39
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Membros da rede Al Qaeda podem ter usado "coiotes" (pessoas que transportam imigrantes ilegalmente) na América Latina para viajar pela região antes de entrarem nos Estados Unidos. A informação está em um relatório da comissão investigadora independente dos atentados do 11 de setembro de 2001, divulgado no domingo.

Segundo o informe, o último apresentado antes da dissolução formal da comissão, a Al Qaeda desenvolveu durante anos uma sofisticada rede para introduzir seus membros clandestinamente, graças a contatos com os "coiotes" que atuam na fronteira sul dos Estados Unidos.

"Existem informes oficiais não confirmados, que sugerem que membros da Al Qaeda utilizaram redes de contrabandistas na América Latina para viajar pela região em 2002 antes de chegar aos Estados Unidos", acrescenta o texto.

Os controles fronteiriços foram reforçados e os Estados Unidos começaram a usar até aviões do tipo "depredator" para vigiar a fronteira sul. Até agora, porém, apenas um dos responsáveis pelas redes de tráfico de imigrantes ilegais, Salim Boughader-Mucharafille, dono de um restaurante em Tijuana, foi preso, julgado e condenado.

Boughader-Mucharafille foi considerado culpado por ajudar pelo menos 80 libaneses a cruzarem a fronteira do México e dos Estados Unidos na Califórnia desde o final de 1999 e acabou sendo condenado a 11 meses de prisão em 2002. Depois, foi deportado para o México, onde enfrenta outras acusações.

Ainda de acordo com o relatório da comissão, para conseguir trasladar seus membros pelo mundo inteiro, a rede de Osama Bin Laden também recorreu - e de modo significativo - à falsificação de documentos.

Antes da invasão ao Afeganistão por parte das forças americanas, a Al Qaeda montou um escritório secreto em Kandahar (sul), dirigido por Mohammed Atef, falecido chefe de operações militares, que se especializou na confecção de documentos falsos.

Para ter a sua disposição um grande número de documentos, a Al Qaeda pedia aos seus militantes recém-chegados ao Afeganistão que deixassem seus passaportes antes de ir para a frente de batalha. Em caso de morte, poderiam servir para outros.

Após a ocupação de Kandahar, esse escritório foi transferido para a província de Paktia (sudeste do Afeganistão) e, depois, para a cidade paquistanesa de Karachi, como revela o informe americano.




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