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Agile chega impondo respeito
Marcelo Monegato
Do Diário do Grande ABC
21/10/2009 | 07:00
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Apontado como um dos principais lançamentos da indústria automotiva brasileira em 2009, o Chevrolet Agile arrancou elogios - e poucas ressalvas - da imprensa especializada logo em sua festa de debutante. Porém, o mar de rosas do modelo projetado e desenvolvido no Centro Tecnológico da General Motors em São Caetano chegou ao fim. Interessado em colocar à prova todas as exaltações, o Diário impôs o primeiro duelo ao Agile. O rival? Que tal o Peugeot 207?

A escolha pelo Leãozinho para o embate tem fundamento. Além de integrar o mesmo segmento (hatches pequenos) e estar na mesma faixa de preço, o modelo fabricado em Porto Real (RJ), também foi trabalhado por mãos brasileiras, apesar de carregar o DNA do irmão mais velho 206.

PREÇO E EQUIPAMENTO - Antes de a brincadeira pegar fogo, o Agile revela sua arma mais devastadora: o custo-benefício. Avaliado na versão topo de linha LTZ 1.4 Econo.Flex, o Chevrolet parte de R$ 39.601 e traz de série ar-condicionado, direção hidráulica, controlador de velocidade, sensor crepuscular, rodas de liga leve, CD player com MP3, faróis de neblina, travas e vidros elétricos dianteiros. Com mais R$ 3.105 é possível colocar air bag duplo, freios ABS e vidros elétricos traseiros.

O Peugeot, por sua vez, deixa a desejar. Partindo de R$ 42,5 mil - diferença de R$ 2.899 - , o 207 XS 1.6 Flex entrega ar-condicionado, direção hidráulica, rodas de liga leve, sensores de chuva e crepuscular, faróis de neblina, travas e vidros elétricos nas quatro portas. No entanto, ao contrário do Agile, o Peugeot não tem opcionais. Não é possível equipá-lo com air bag ou ABS.

DESIGN - Gosto, definitivamente, não se discute. Cada um tem o seu. No entanto, é preciso ressaltar a imponência e robustez do design do Agile. Primeiro modelo do projeto Viva - quem foi ao Salão de São Paulo no ano passado pôde ver o conceito do projeto -, tem grade do radiador imponente e conjunto óptico avantajado, inspirado no utilitário esportivo Captiva. A lateral tem linha de cintura elevada, assim como a curvatura do teto. A traseira, por sua vez, é simples.

O Peugeot é mais discreto. Vindo, logo percebemos que é um 207 pelo olhar arregalado e a ‘bocona' - grade do radiador. No entanto, quando passa e vai embora, podemos, se não tomarmos cuidado, confundi-lo com o 206. Com a mesma plataforma do antecessor, ambos têm muitas semelhanças, principalmente o formato da carroceria e o conjunto óptico traseiro.

ESPAÇO E ACABAMENTO - Apesar de utilizar a plataforma derivada do Corsa antigo, o Agile entrega excelente espaço. São 4 m de comprimento - 13 cm a mais que o 207 - e 2,54 m de distância entre os eixos - 10 cm superior à do rival. Olhando de fora já é possível perceber a diferença de tamanho. Internamente, os números ficam mais evidentes. Os grandalhões não encontram problemas para acomodar os joelhos e não batem o cucuruto no teto, quando viajam no banco traseiro. No Leãozinho, as coisas são mais difíceis. Mais apertadas!

A capacidade do porta-malas também é uma virtude do Chevrolet. São 327 litros (maior da categoria) contra somente 245 litros do Peugeot (mesmo espaço do 206).

Em termos de acabamento, o 207 leva vantagem. Os materiais - na grande maioria plástico - utilizados no revestimento interno são de qualidade superior e apresentam encaixes mais precisos em comparação aos do Agile. Os detalhes em plástico prateado e aço escovado agregam valor superior ao hatch de sotaque francês.

Em ambos, o tecido aplicado nos bancos é satisfatório. Não há opção, infelizmente, de revestimento de couro.

DESEMPENHO E CONFORTO - Para quem dirige, 207 e Agile oferecem excelente ergonomia. Os dois modelos têm ajuste de altura do banco e da direção, o que facilita encontrar a melhor posição ao dirigir. O Chevrolet é um pouco mais alto, o que agrada boa parte do público feminino.

Rodando, o Peugeot é mais espertinho graças ao motor 1.6 16V Flex que entrega até 113 cv de potência e torque de 15,5 mkgf. Porém, o coração 1.4 8V Econo.Flex não faz feio. Retrabalhado pela engenharia, o bloco é capaz de entregar potência de 102 cv e 13,5 mkgf de torque.

O acerto de suspensão também é parecido. É rígido, mas confortável. As transmissões também oferecem encaixes precisos, tornando o dia a dia menos cansativo.

RESUMINDO... - Por oferecer um custo-benefício ideal para o bolso, espaço interno acima da média e design atual, o Agile levou a melhor. O 207 tem acabamento superior e desempenho ligeiramente melhor. Mas os resquícios do 206 ainda atrapalham a melhor desenvoltura do Leãozinho.




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