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Região carece de centro para captação de órgãos
Raquel de Medeiros
Do Diário do Grande ABC
27/09/2010 | 07:29
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O dia Nacional do Doador de Órgãos e Tecidos, celebrado hoje, reforça uma polêmica no Grande ABC: apesar de estar associada à Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e ao Instituto Dante Pazzanese, na Capital, a região não possui uma OPO (Organização de Procura de Órgãos).

"Não há centro de captação na região, mas sabemos que o Mário Covas tem capacidade de realizar esse trabalho", afirma a presidente do Instituto Paulista de Educação em Saúde, Wilma Maria de Moraes Carvalho Rosa.

Para discutir a criação de uma OPO para o Grande ABC, o Instituto Paulista de Educação em Saúde agendou reunião com os sete prefeitos da região para o dia 4, no Consórcio Intermunicipal do Grande ABC.

O vereador Toninho de Jesus (DEM), de Santo André, apoia a iniciativa. "Já mandei ofício à Secretaria de Saúde questionando a falta de uma unidade na região."

O coordenador da OPO da Santa Casa de São Paulo, Reginaldo Boni, explica que, segundo a legislação, uma OPO deve ser criada a cada 2 milhões de habitantes. Seguindo esses dados, o Grande ABC estaria apto a abrigar uma Organização de Procura de Órgãos própria, já que tem, hoje, 2,6 milhões de moradores, que continuam atrelados às OPOs da Capital. Porém, para o especialista, ainda assim os números revelam uma situação satisfatória. "O transplante de órgãos caminha muito bem, tem nível comparado ao dos Estados Unidos. Na cidade de São Paulo, por exemplo, temos 25 doadores por milhão de habitantes. A Espanha, que é a primeira da lista em captações, tem 34 por milhão."

OPO - A Organização de Procura de Órgãos trabalha como uma ponte de ligação entre a Central de Transplantes e possíveis doadores. "São elas que identificam potenciais doadores, que estejam em processo de morte encefálica, e conversam com as famílias", explica Boni. A OPO também é responsável por avaliar e fazer testes de compatibilidade com possíveis receptores da Lista Única de Receptores do Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde.

Preconceito - O Ministério da Saúde lança hoje, em Brasília, a Campanha Nacional de Incentivo à Doação de Órgãos e Tecidos. A expectativa é de que novas medidas, somadas à mobilização social, resultem em aumento de até 20% na quantidade de transplantes realizados no País. Em 2009, foram feitos 20.253 transplantes pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Para a presidente do Instituto Paulista de Educação em Saúde, Wilma Maria de Moraes Carvalho Rosa, a conscientização da população é um dos passos mais importantes. "As pessoas ainda têm medo de falar sobre o assunto."

Dados da Unifesp também comprovam que, embora o número de transplantes tenha crescido 29,6% no Estado este ano, ainda há resistência. Um dos principais entraves é a dúvida da família a respeito da vontade do doador ou a demora dos parentes para autorizar a doação.




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