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Trabalhadores da Mercedes-Benz paralisam fábrica
Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
05/08/2016 | 07:13
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Os trabalhadores da Mercedes-Benz em São Bernardo paralisaram a produção ontem em protesto ao aviso da montadora de que irá demitir. Na quarta-feira, a companhia enviou boletim interno a seus agora cerca de 9.000 colaboradores avisando que, diante da baixa adesão ao PDV (Programa de Demissão Voluntária), de 630 pessoas, e do mau desempenho do mercado de veículos comerciais (caminhões e ônibus), terá que cortar mão de obra a partir de setembro, quando termina a estabilidade exigida após o fim do PPE (Programa de Proteção ao Emprego).

A Mercedes alega que seu excedente, que era de 2.000 profissionais, passou a 2.500. Excetuando as adesões ao PDV, ainda sobrariam 1.870 para serem demitidos. Isso porque 1.400 estão afastados desde fevereiro, sob o regime de licença-remunerada.

“Procuramos a empresa mais uma vez para conversar, mas ela alegou que nada mais pode ser feito, e que vem mantendo excedente de mão de obra há algum tempo”, afirma Moisés Selerges, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. “Queremos construir um caminho, junto com a Mercedes, para driblar o cenário, pode ser com a renovação do PPE de lay-off (suspensão do contrato de trabalho), por exemplo. Reconhecemos a grande queda nas vendas do setor, mas acreditamos que o mercado não vai ficar para sempre assim. Da mesma maneira que quando a demanda está alta nós não abusamos do cenário para conseguir benefícios, acreditamos que agora deve haver um equilíbrio também. A empresa precisa promover responsabilidade social com seus trabalhadores. Nem que para isso sejam necessários repasses de outras unidades da montadora, fora do País, para socorrer as fábricas brasileiras.”

A Mercedes aponta que o desempenho do mercado está 70% menor que três anos atrás e que não há sinais de melhora, por isso tem que demitir. Mas garante que está aberta a negociação. O sindicato informa que hoje haverá nova manifestação em frente à fábrica.  




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