Política Titulo Convenção
Grana abandona estilo ‘paz e amor’

Em ato, prefeito de Sto.André ataca rivais e fala em cobrar grandes devedores: ‘Vão ter que pagar’

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
05/08/2016 | 07:07
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Ricardo Trida/DGABC


O prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), foi homologado ontem, em convenção partidária, como candidato à reeleição e, durante o discurso, criticou rivais no pleito e sustentou abandonar, segundo ele próprio, o estilo paz e amor a partir de eventual renovação do mandato. No encontro, que oficializou Oswana Famelli (PMB) no posto de vice, o petista falou em rigidez na cobrança do passivo dos grandes devedores da cidade – a dívida ativa da cidade hoje gira em torno de R$ 1,5 bilhão. “Vão ter que pagar. Pegaremos no pé dos devedores. Muitos empresários são os maiores sonegadores de impostos. Fomos generosos demais (na primeira gestão).”

Grana atacou, de forma genérica, “série de ricos de Santo André” que deixa de quitar IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), prejudicando a receita para investimento em serviços públicos. “Serei cobrador e guerreiro nesta missão”, disse. O petista lamentou a queda acentuada de arrecadação e o problema do estoque de precatórios, que obriga a Prefeitura a desembolsar cerca de R$ 6 milhões ao mês. “Temos que mostrar à população tudo o que fizemos mesmo em período de recessão, enquanto alguns em outro momento (na economia) somente realizaram as tais das academias ao ar livre”, citou, em referência ao ex-prefeito Aidan Ravin (PSB). “E não tenho denúncia (de corrupção) sobre a minha administração.”

O petista frisou que a militância precisa alertar contra concorrentes que vão se colocar como “o novo e falar que mudou a cara da cidade”, incluindo também o ex-vereador Paulinho Serra (PSDB). Ex-secretário do Trabalho, Cícero Martinha (PDT) elevou o tom aos opositores, mirando para os três principais adversários no páreo de sucessão local. “Um prometeu virar a página (do PT) e não escreveu nada. A população o mandou embora (derrota de 2012). Tem um que disputa, disputa e nunca ganha. E outro que fez estágio conosco e cisma agora em ser prefeito”, alegou o pedetista.

Ao contrário do evento de alguns correligionários, o ato do PT andreense tinha o símbolo da estrela vermelha na parede principal e na mesa das autoridades. A atividade contou com aproximadamente 1.000 pessoas, embora ninguém da alta cúpula da legenda ou de aliados tenha comparecido com objetivo de prestigiar o encontro. Grana enalteceu o poder de militância do partido para enfrentar a campanha diferenciada deste ano, “sem recursos”. “Isso sim pode desequilibrar.”

A convenção formalizou a coligação proporcional entre PT-PDT-PSD, tendo 22 candidatos petistas à vereança, nove pedetistas e o parlamentar pessedista José de Araújo – no total, são 192 nomes na coligação. A inclusão do PSD ocorreu apenas na última semana. A situação desagradou, em especial, os postulantes do PDT, que necessitou, inclusive, abrir mão de uma vaga. “Como diria (ex-governador do Rio de Janeiro) Leonel Brizola (morto em 2004), a política é a arte de engolir sapos”, comentou Sivaldo Pereira, o Espirro, presidente da executiva pedetista.  




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