Economia Titulo Mercado automobilístico
A cada carro 0km vendido, cinco seminovos são comercializados
Vinícius Claro
Especial para o Diário
03/08/2016 | 07:27
Compartilhar notícia
Divulgação


A venda de carros seminovos e usados atinge proporção cada vez maior no cenário de crise nacional. Segundo dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) divulgados ontem, nos primeiros sete meses do ano, para cada carro zero quilômetro comercializado, cerca de cinco (4,97) rodados são vendidos.

De janeiro a julho, foram emplacados 957,1 mil automóveis em todo o País, enquanto 4,7 milhões de seminovos ou usados foram vendidos no mesmo período. No acumulado do ano passado, essa relação era de quatro usados (3,92) para cada novo e, nesse intervalo em 2014, de três (3,05) para um.

De acordo com o diretor superintendente do Sincodiv-SP (Sindicato dos Concessionários e Distribuidores no Estado de São Paulo), Octavio Vallejo, diversos fatores contribuem ao cenário, sendo o primeiro a crise econômica. “Há uma transferência de posicionamento. Quem estava comprando carro novo, passou a preferir o usado, em vista da situação atual de aperto financeiro”, explica. Além disso, o veículo zero quilômetro desvaloriza assim que sai da concessionária, o que também pesa na decisão.

Segundo o gerente da loja Espaço VIP Multimarcas, João Batista, nos últimos dois anos a opção favorita tem sido por seminovos. O crescimento fez com que o faturamento mensal aumentasse cerca de 30%. “A população tem optado pelo custo-benefício, e os carros que mais saem são modelos entre 2013 e 2016.”

Ainda de acordo com Batista, a demanda por seminovos cresceu a ponto de que os veículos sejam negociados acima do valor fixado na tabela Fipe, referência na venda de veículos. “Pagamos o preço da tabela e revendemos por R$ 3.000 ou R$ 4.000 a mais.”

Para o diretor do Auto Shopping Global Paulo Perazza, todas as 60 lojas que compõem o complexo andreense estão com faturamento satisfatório. A perspectiva do momento atrai diversos investidores. “Em julho, tivemos a troca de duas bandeiras, e há outras cinco empresas em fila de espera para conseguir espaço aqui.”

Perazza cita que o ano de 2015 e o primeiro trimestre de 2016 foram de aquecimento desse mercado e, de maio a julho, houve estabilização. “O tíquete médio também subiu. Antes, a maior procura era por carros de R$ 25 mil e, hoje, é de R$ 45 mil.”


Fenabrave muda pela 2ª vez projeções para 2016, e prevê queda de 16%

A Fenabrave divulgou os resultados de julho ontem, com revisões para as perspectivas de 2016. Agora, a entidade acredita que o setor encolherá 16,14% no ano. Em maio, na primeira correção, a projeção era queda de 15%.

Apesar disso, Octávio Vallejo, superintendente do Sincodiv-SP, comemora os números do mês passado. Todo o setor emplacou 271,7 mil unidades, alta de 3,09% em relação ao mês anterior. “Existe um ânimo diferenciado porque é o primeiro mês, depois de muitos, em que as vendas se tornam positivas.” Ele também destaca que as pessoas estavam adiando a compra mas, agora, com o aumento da confiança a partir da possibilidade de estabilidade política, isso deve mudar. Apesar disso, no acumulado do ano, a queda no setor é de 21,6% ante 2015.  




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;