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Diante de baixa adesão ao PDV, Mercedes-Benz avisa que cortará 1.870 operários
Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
03/08/2016 | 07:19
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Divulgação


A Mercedes-Benz enviou ontem comunicado aos seus 9.800 funcionários da fábrica de São Bernardo para avisá-los de que terá que demitir. Isso porque o volume de adesões ao PDV (Programa de Demissão Voluntária) encerrado em 25 de julho ficou abaixo do esperado pela montadora alemã. Ao todo, 630 trabalhadores optaram pelo plano, enquanto o excedente da companhia chega a cerca de 2.500 empregados. Em outras palavras, a Mercedes quer encerrar o contrato de 1.870 colaboradores.

“Com o intuito de manter a nossa transparência e atualizá-los sobre a difícil situação de nossa empresa, frente a uma das piores crises econômicas do País, informamos que o excedente da planta de São Bernardo, que no início do ano era de cerca de 2.000, já supera 2.500 colaboradores, após sucessivas reduções de produção. Adicionalmente, continuamos sem nenhum sinal de reação do mercado brasileiro em 2017, o que pode piorar ainda mais a situação”, diz carta assinada pelo presidente da companhia no Brasil, Philipp Schiemer.

O PDV ficou aberto de 1º de junho a 8 de julho e, diante da adesão de cerca de 617 pessoas, no dia 20 o programa foi reaberto. “Diante dessa baixa adesão, não nos resta outra alternativa que não seja o encerramento dos contratos de trabalho do atual excedente de colaboradores da unidade após o término do período de estabilidade.”

A empresa ressalta que há 12 meses vem lançando mão de ferramentas para adiar os cortes enquanto a situação no mercado automotivo é crítica. Em setembro do ano passado, a montadora aderiu ao PPE (Programa de Proteção ao Emprego), com redução de 20% da jornada de trabalho e 10% dos salários, que se estendeu até maio. Diante da opção de não renová-lo, os profissionais têm mais três meses de estabilidade. O prazo vence no dia 31 e, portanto, caso o cenário não mude, as demissões serão realizadas a partir de setembro. “Não temos como suportar excedente de colaboradores tão alto e volumes de produção extremamente reduzidos há tanto tempo. Por isso, lamentamos que o único caminho a seguir seja o ajuste do nosso quadro de pessoal”, aponta o informe.

O clima entre os operários, principalmente os que estão fora da fábrica – cerca de 1.800 estão em licença-remunerada –, é de muita tensão. “Estamos surpresos com a decisão da empresa. E com muito medo de perder o nosso emprego”, revela funcionário que pediu sigilo.

Procurado, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC disse que ainda não tinha sido informado oficialmente pela companhia sobre a intenção de demitir. 




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