Os funcionários da linha de produção da Yoki em São Bernardo, que terão o contrato de trabalho encerrado neste mês, devem rejeitar contraproposta realizada pela empresa ao Sindicato da Alimentação de São Paulo e Região, estima a entidade. As ofertas serão apresentadas hoje em assembleia aos operários.

Fundada nos anos 1960, a fábrica permanecerá apenas com a área administrativa, com cerca de 130 profissionais, em funcionamento na região. Outros 300, que estão em licença remunerada, terão suas demissões homologadas no dia 19, enquanto cerca de 20 deverão ser transferidos para a planta de Pouso Alegre (Minas Gerais). No dia 21 de julho, a companhia anunciou o encerramento da operação e orientou que os empregados retirassem suas coisas do local e saíssem imediatamente.

Para Rubens Gomes, vice-presidente do sindicato, a proposta da empresa “melhorou, mas nem de longe atende a nossa pauta”. Aos demitidos, a Yoki propôs vale-alimentação de R$ 250 e plano de saúde por quatro meses, sendo que o pleito é de 18 meses. Como bonificação, ofereceu 1,67% por mês trabalhado, com valor limitado a um salário, enquanto o pedido é de dois salários por ano de atuação. Outra demanda é que a empresa assine carta de referência e pague curso de requalificação profissional de até R$ 1.500, mas ela apresentou valor máximo de R$ 400. Aos transferidos, foram disponibilizados sete dias custeados pela empresa para que o funcionário encontre lugar para morar, mais o pagamento da mudança e de passagem para toda a família, Porém, não foi dada estabilidade de 30 meses. E aos que ficam, nada foi falado, sendo que foi pedida estabilidade de 24 meses.

“Precisamos de garantias para todos os trabalhadores, tanto para os que permanecem na empresa, quanto para os que serão dispensados”, diz Gomes. Procurada, a General Mills, dona da Yoki desde 2012, reafirma que está em “processo de negociação do pacote de desligamento.”