Política Titulo Editorial
Recuo na integração
Do Diário do Grande ABC
29/07/2016 | 09:23
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Aline Pietri/DGABC


Mauá deu passo atrás na política de transporte público. Calote da Prefeitura na CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) obrigou a estatal a suspender o contrato que permitia a integração dos sistemas de ônibus municipal com as composições férreas. Sem nenhuma explicação, o governo mauaense deixou de repassar, há pelo menos quatro meses, o valor do subsídio que permitia ao usuário migrar de um modal para o outro utilizando cartão eletrônico. A operação casada, que deixou de funcionar desde 9 de março, permitia ao passageiro economizar R$ 0,50 em cada viagem.

A administração municipal de Mauá promove retrocesso nos transportes. Desde que o prefeito Donisete Braga (PT) chegou ao poder, em janeiro de 2012, usuários de ônibus e trens da cidade reclamam da qualidade dos serviços prestados. Vê-se agora que até a integração, um dos poucos acertos do governo local, tem problemas. Sem saber por que, já que o Paço se recusa a explicar os motivos que levaram à interrupção do repasse dos subsídios, a população arca com a conta.

Pode parecer pouco, principalmente para quem tem muito dinheiro no bolso, mas o mauaense trabalhador que utiliza a integração para ir e voltar ao serviço economizava R$ 1 por dia, ou R$ 30 mensalmente. E a situação pode piorar. Como a Prefeitura deixou de cumprir sua parte do acordo, assinado em 28 de junho de 2013 e com vigência de cinco anos, a CPTM está desobrigada de retomá-lo.

É pena que a população seja obrigada a, mais uma vez, pagar o preço da falta de compromisso do governo mauaense. Resta a pressão da opinião pública para fazer com que integrantes do Paço venham à luz para explicar o que determinou a suspensão da integração dos sistemas. Os vereadores, especialmente os de oposição, poderiam ajudar na tarefa. Mas, infelizmente, parece que eles estão mais preocupados com a campanha pela reeleição, que se aproxima, do que em cumprir o papel constitucional de fiscalizar os atos do Executivo. Enquanto isso, boa parte dos trabalhadores gasta R$ 1 a mais por dia para se locomover em Mauá.  




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