Economia Titulo Consumo
Gastos no Dia dos Pais devem ser 12% menores que em 2015

Esta é a maior queda desde 2012; expectativa é que sejam movimentados R$ 60,5 milhões

Vinícius Claro
Especial para o Diário
28/07/2016 | 07:01
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A intenção de consumo para o Dia dos Pais no Grande ABC caiu 12% em relação ao ano passado, segundo a Pesquisa de intenção de compra do Observatório Econômico da Universidade Metodista de São Paulo. Esta é a maior queda real, já descontada a inflação, desde o início do levantamento, em 2012.

É o terceiro ano consecutivo que os gastos com presentes para os pais diminui. Em 2013, quando a crise econômica deus seus primeiros sinais, houve estabilidade ante o ano anterior. Em 2014, queda real de 1% e, no último ano, recuo de 2%. A data comemorativa deverá movimentar R$ 60,5 milhões na região, ante R$ 63 milhões em 2015.

A população da região pretende gastar R$ 145 por presente, diminuição de 15% frente ao ano passado, com R$ 156. O gasto médio programado deve ser de R$ 172,65, retração de 18%, contra R$ 193 em 2015. Praticamente 80% dos entrevistados querem presentear os pais, 6,3% os maridos e 4,9% os avôs. Do total, 31% têm a intenção de homenagear mais de uma pessoa.

Em 2015, 30% das pessoas pensavam mais no preço do presente do que no que o pai gostaria de ganhar, cenário que mudou. Mais da metade dos entrevistados (58,6%) pensa no desejo da pessoa a ser presenteada, enquanto os que se preocupam apenas com o valor caíram para 25%.

De acordo com a professora Silvia Okabayashi, coordenadora do Curso de Ciências Econômicas da Universidade Metodista de São Paulo, apesar de parecer incoerente, o número indica conscientização por parte dos pais, que, diante do agravamento da crise, pedem produtos mais baratos. “Além disso, em um primeiro momento a pessoa pensa em atender o desejo do seu pai, mas só depois se dá conta que não vai conseguir, pelo fato de ter menos renda disponível.”

A maioria dos presentes será de itens de vestuário ou calçados, com 41,5% das intenções, seguidos por perfume e cosméticos (21,3%). Apesar disso, a parte de roupas e sapatos representam fatia menor do que no ano passado, quando era de 44,5%. “Existe uma migração para perfumaria e cosméticos, que são presentes mais baratos.” A pesquisa também apontou aumento na intenção de presentear com cestas de café da manhã. “É uma oportunidade para as pessoas que estão fazendo bicos com venda de alimentos para gerar renda extra”, disse Silvia.

Líderes no local de compras para a data em 2015 (42%), os shoppings continuam sendo os locais preferidos para a compra, mas com crescimento em relação ao ano passado (45,1%). Pior para as lojas de centro e bairros, que apresentaram retração de 32% para 29,4% e de 9,9% para 7,8%, respectivamente.

São Bernardo será o principal destino de compras. A intenção de gastar no município dobrou, passando de 15,4% para 31,4%. “O percentual pode ser justificado por haver maior número de pessoas trabalhando na cidade, mesmo que não seja com carteira assinada. São Bernardo é preferida também em razão da facilidade de acesso, trólebus e ônibus.” No ano passado, porém, esse posto pertencia a Santo André. A maior parte dos consumidores, 35%, pretende pagar o presente com dinheiro e, 30,4%, com cartão de crédito.

A pesquisa destaca o tamanho do mercado consumidor da região, que ocupa a quinta posição no ranking nacional, com potencial de consumo de R$ 66,7 bilhões em 2016, atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte.
 




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