Setecidades Titulo Luta por moradia
Reintegração de posse em terreno de Santo André segue sem definição

Cerca de 1.800 famílias ocupam área pública no Jardim Alvorada desde o dia 9

Vanessa de Oliveira
do Diário do Grande ABC
27/07/2016 | 07:07
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Quinze dias após o TJ-SP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo), comarca de Santo André, conceder à Prefeitura andreense liminar para a reintegração de posse da área pública ocupada por 1.800 famílias no Jardim Alvorada, nenhuma ação ocorreu. O grupo, integrante do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), está no local desde a madrugada do dia 9.

Em 15 de julho, quando aconteceu reunião entre os membros do Movimento e representantes da Prefeitura, a secretária de Desenvolvimento Urbano e Habitação em exercício, Denise Lenhari Zirondi, afirmou que outro encontro com lideranças do movimento seria realizado entre segunda e terça-feira da semana passada para acertar os detalhes da desocupação. Mas, de acordo com a Prefeitura, “não há novidades sobre o caso.”

No mesmo dia em que saiu a liminar, a PM (Polícia Militar) recebeu requisição de apoio a reintegração de posse do terreno. “A Prefeitura está tentando, junto ao MTST, retirada pacífica. Finalizamos levantamento e devemos ter reunião com a administração ainda nesta semana para entregar lista de serviços necessários para o dia, como a presença da (AES) Eletropaulo, já que há rede de transmissão de energia no local”, falou o comandante do 41º Batalhão da PM (Polícia Militar), coronel Paulo Roberto Vieira.

A área, que tem cerca de 15 mil metros quadrados, é 90% pública e 10% ocupada pela concessionária de energia. O MTST garante que não deixará o local para evitar processo de reintegração. “Quando ocupamos um espaço para lutar por terra, a gente não costuma perder”, disse militante que preferiu não se identificar por receio de represália policial.

Na tarde de segunda-feira, o MTST recebeu a visita de grupo vindo da Itália chamado Genuíno Clandestino. Eles também atuam na luta por moradia no país europeu. Os nove estrangeiros foram acompanhados pelo diretor do Sindicato dos Professores do ABC e membro do MST (Movimento Sem- Terra), Marcelo Buzetto. “Viemos nos solidarizar e ver se estão precisando de alguma coisa”, disse Buzetto.

“Na Itália, ocupamos prédios abandonados, já que há muitos. Estamos na mesma luta em condições diferentes, mas com o mesmo objetivo de justiça social”, comentou a coordenadora do grupo de visitantes, Nadia De Mond. Lá, geralmente, as ocupações envolvem migrantes. “Mas também há muitos italianos pobres em busca de moradia”, salientou Nadia. 




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