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Marinho admite que não entregará piscinão do Paço até o fim do ano

Prefeito de S.Bernardo encerrará mandato sem concluir principal plataforma de Tarcisio; petista culpa governo do Estado, que rebate e cita inadimplência

Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
24/07/2016 | 07:34
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Marina Brandão/DGABC


O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), admitiu que vai encerrar seu segundo mandato sem concluir o piscinão do Paço. O canteiro está incluso no pacote do projeto Drenar, idealizado para minimizar problemas com enchentes na cidade e grande vitrine do ex-secretário Tarcisio Secoli (PT), escolhido por Marinho para a corrida ao Executivo em outubro. O anúncio do novo adiamento de entrega da obra foi feito na noite de quinta-feira, na Associação dos Funcionários Públicos, justamente durante ato para promover pré-campanha de Tarcisio.

Marinho atribuiu nova transferência da data de entrega ao governador Geraldo Alckmin (PSDB). Citou que o atraso será na parte de acabamento do projeto. “Tem uma coisa que nós não vamos terminar de fazer na obra do piscinão do Centro. Não conseguiremos cobrir o piscinão neste ano. Sabem por quê? Porque o governador Alckmin, que se comprometeu comigo, e olhando nos meus olhos, disse que eu poderia confiar: ‘Vou liberar R$ 50 milhões, sendo R$ 25 milhões em 2015 e outros R$ 25 milhões em 2016’. Sabe quanto ele liberou? Nada. E esse valor é exatamente o que precisamos para cobrir o piscinão. (O governador Alckmin) É um tratante”, atacou Marinho.

Por nota, o governo Alckmin rebateu as críticas do prefeito petista, considerando “improcedentes” as afirmações. “O convênio e o pagamento não foram efetuados em 2015 devido a impedimentos legais da Prefeitura junto ao Cadin (Cadastro Informativo dos Créditos não Quitados de Órgãos e Entidades Estaduais). As obras e o planejamento financeiro para execução são de responsabilidade da Prefeitura. Uma terceira observação é a de que a celebração de convênios está vedada desde 2 de julho, como estabelecido pela Lei Eleitoral.”

O piscinão do Paço coleciona polêmicas, incluindo demissões em massa, morosidade e abandono dos trabalhos. As intervenções começaram em 2013, projetada no local onde funcionava estacionamento do Executivo. O Orçamento foi de R$ 295 milhões, com recursos do governo federal. O repasse foi assinado durante gestão da presidente Dilma Rousseff (PT), hoje afastada da função.

Na época, o governo Marinho até contratou o ator global Henri Castelli para divulgação do plano, promovendo a intervenção como solução para os problemas com enchentes na região. Responsável pela obra por ser secretário de Serviços Urbanos, Tarcisio organizava até excursão de moradores e aliados para acompanhamento dos trabalhos.

A partir de 2014, os serviços tiveram brusca redução no ritmo pela falta de repasse à Construtora OAS. Sem verba e alvo da Operação Lava Jato, a OAS chegou a paralisar a execução do projeto, como o Diário mostrou em janeiro de 2015. À ocasião, a empreiteira havia demitido 200 funcionários. Meses depois, outros 120 também foram desligados. O ritmo só foi retomado no segundo semestre, ainda de maneira morosa.

Outro episódio polêmico se deu com gasto de R$ 6,3 milhões na contratação de estudos do solo para construção do piscinão. O milionário investimento, porém, não detectou a presença de uma imensa rocha, abaixo do terreno que atrasou andamento dos trabalhos. 




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