Não há uma pessoa que fale sobre o show do Djavan em 2008, no Clube Atlético Aramaçan, e não demonstre satisfação por ter estado lá aquela noite. Pois chegou a hora do replay. No sábado, o cantor alagoano volta aos palcos do clube de Santo André para mais uma noite “de festa”, como ele mesmo fez questão de dizer ao Diário. “Adoro cantar no Grande ABC. As pessoas são muito receptivas. Tenho certeza que vai ser um momento maravilhoso.” Em 2013, ele esteve por aqui para show na Estância Alto da Serra, em São Bernardo.

Com 40 anos de carreira recém-completados, Djavan está bem satisfeito em apresentar seu 23º álbum, Vidas pra Contar. Trata-se do trabalho mais biográfico de sua trajetória. “Falo de vidas mesmo, inclusive da minha. Dona do Horizonte é sobre a relação com minha mãe, por exemplo”, explica. O cantor também conseguiu explorar bem suas impressões sobre a vida dos nordestinos, canta sobre os relacionamentos humanos e também, claro, sobre o amor nas 12 faixas, todas inéditas. Para ele, gravar mais este álbum foi processo natural. “É meu ofício. Tem envolvimento, paixão, mas também muito profissionalismo, dedicação, disciplina e planejamento.”

Nos shows, Djavan usa como pano de fundo a ideia do livro em branco, como se todos ali tivessem a chance de escrever suas próprias histórias. Em todo esse tempo de carreira, o cantor também registrou as suas e segue assim todos os dias. “As coisas mudam sempre e eu sou atento ao que acontece ao meu redor. Viajo muito, observo mais. Vou pegando várias informações nessas andanças, o que acaba desaguando em músicas. Além do mais, hoje ainda dá para contar com a internet”, relata.

Os anos passam, a bagagem fica maior e o público do Djavan continua sempre com as mesmas características, segundo o próprio: “Tem crianças de 8 a senhores de 80 anos na minha plateia.” Ele atribui a tal diversidade – incluindo a racial, religiosa, de classes sociais – à grande abrangência que suas músicas alcançam. “É desfrutável para quem quiser ouvir.” Reconhecimento ofertado ao artista pelo prêmio Grammy Latino em três ocasiões: 2001, 2010 e em 2015. “Este último teve gostinho especial por se tratar da ratificação da minha obra no mundo. Foi realmente um momento mais do que memorável”, conta.

E quem acha que Djavan vai apenas entoar as novas músicas no show de Santo André, está enganado. Questionado que canções gostaria de ouvir se tivesse a chance de estar na plateia de sua própria apresentação, ele foi enfático: “Os clássicos. O público fica feliz em poder cantar os sucessos. Mas, Oceano já não venho interpretando há algum tempo. Resolvi dar um descanso para esta música”, brinca.

Djavan – Vidas pra Contar – Show. Sábado, com abertura da casa a partir das 21h e previsão do show após às 23h30. No Clube Atlético Aramaçan. Rua São Pedro, 345, 2027-0777, em Santo André. Ingr.: R$ 45 a R$ 250 (www.ticket360.com.br).