Política Titulo Alvo de CPI
FUABC recebeu R$ 3 bi na atual gestão

Entidade gerencia equipamentos em seis das sete cidades; há pedido de investigação em duas

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
14/06/2016 | 07:05
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Alvo de pelo menos dois pedidos de abertura de CPI, a FUABC (Fundação do ABC) já recebeu desde o início do atual mandato, em 2013, R$ 3,089 bilhões de seis das sete prefeituras do Grande ABC – só não atua em Diadema. Desde o ano passado, a gerência da entidade da Saúde da região é criticada em diversos municípios e, atualmente, tramitam nas Câmaras de São Caetano e de Ribeirão Pires requerimentos de investigação de problemas no setor gerenciado pela fundação.

O pedido de CPI mais polêmico envolve a cidade gerenciada pelo prefeito Saulo Benevides (PMDB). A comissão apuraria a qualidade do serviço prestado pela FUABC na cidade, deficit de médicos e processos de licitação, além de mirar também contratos com a Santa Casa de Ribeirão.

Embora a Câmara já tenha enfrentado diversos protestos em favor da CPI, com ocupação do Legislativo pelo movimento estudantil da cidade – durou quatro dias –, o documento que autoriza a investigação foi engavetado pelo presidente da Casa, José Nelson de Barros (PMDB). Aliado do chefe do Executivo, o peemedebista já admitiu que, caso a mesa diretora autorize as apurações, as oitivas não iniciarão antes da eleição municipal. Entre 2013 e 2016, a FUABC recebeu R$ 8,091 milhões da gestão Saulo.

Em São Caetano, oposicionistas ao governo do prefeito Paulo Pinheiro (PMDB) elaboraram pedido de abertura de CPI, mas ainda patinam para conseguir o número de assinaturas necessárias para instaurar a comissão, que focaria principalmente suposto superfaturamento na compra de remédios. Os pedidos que tramitam no Legislativo são-caetanense são de autoria dos vereadores Edison Parra (PSB) e Fabio Palacio (PR). Nos bastidores, governistas teriam concordado em aceitar CPI, desde que as investigações também envolvessem contratos feitos na gestão do ex-prefeito José Auricchio Júnior (PSDB). Desde o início do seu mandato, Pinheiro já despendeu R$ 316,9 milhões com a fundação.

Por meio de nota, a FUABC garantiu que “todas as suas despesas e contratações são auditadas, mediante prestação de contas, pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado), Ministério Público, assim como por auditoria interna e por auditoria independente”. “A Fundação do ABC torna públicos todos os repasses recebidos no ano anterior através da publicação do balanço contábil em jornais de grande circulação.”

Para este ano, a FUABC projetou arrecadação recorde, de R$ 2,1 bilhões. 




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