Morador da Zona Sul da Capital, o estudante Reinaldo Lima de Souza Júnior, 17 anos, não via a hora de o fim de semana chegar. Um de seus passatempos preferidos era ir a Santos, onde tinha vários amigos e primos com quem gostava de frequentar as praias e jogar paintball. Na sexta-feira à noite, enquanto descia a serra pela Imigrantes no banco de carona, o jovem morreu ao ser atingido na cabeça por pedra de 20 quilos atirada muito provavelmente por ladrões que agem no vácuo da falta de Segurança registrada ao longo das rodovias paulistas.

Reinaldo Lima de Souza Júnior é a mais recente vítima desse tipo de crime que tem se tornado corriqueiro nas estradas que cortam o Grande ABC, mas infelizmente não é o único. Em apenas um mês, o paulistano foi o segundo a morrer durante a viagem em circunstâncias praticamente idênticas. A sucessão de tragédias verificadas nos últimos tempos nas rodovias Anchieta e Imigrantes expõe a falta de competência das autoridades em garantir a Segurança.

É incrível como a Polícia Rodoviária diz conhecer os pontos mais perigosos, de onde vêm os suspeitos (das comunidades carentes que se concentram às margens das vias, especialmente nas proximidades da Baixada) e como os criminosos agem, mas não consegue impedir as ações. Alguma falha muito grave deve estar acontecendo e seria interessante que a Secretaria de Estado da Segurança Pública se debruçasse sobre o assunto para identificá-la e solucioná-la. Ou vai aguardar que ocorra mais uma morte? Outro assassinato? Ninguém aguenta mais.

Artesp, a agência reguladora do sistema rodoviário paulista, e a Ecovias, concessionária que administra Anchieta e Imigrantes, também têm responsabilidade no caso. Garantir a segurança dos usuários é tarefa difusa com a qual todos devem contribuir. Até porque o motorista que utiliza as duas rodovias para alcançar o Litoral é obrigado a pagar o pedágio mais caro do Brasil (R$ 23). Natural, portanto, que receba em contrapartida ao menos a garantia de que vai chegar com tranquilidade ao destino. Basta de violência!