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Pioneiro na região, espaço colaborativo conta com lojas, cozinha e coworking

Cool Lab, em Sto.André, oferece locação de box a partir de R$ 200 e quer faturar R$ 350 mil

Marina Teodoro
Especial para o Diário
29/05/2016 | 07:30
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Celso Luiz


Há alguns anos, o termo colaborativo parecia estranho quando associado a um modelo de negócio. Mas essa novidade de espaço compartilhado, que já é praticada na Capital, acabou de chegar ao Grande ABC, mais especificamente em Santo André. A expectativa da empresária e designer Caroline Makimoto, 31 anos, proprietária do lugar, é a de que a iniciativa deverá movimentar R$ 350 mil por mês. Em tempos de crise, local é alternativa para autônomos que não têm como arcar com estabelecimento próprio.

A ideia de loja colaborativa é simples. De acordo com o Sebrae, consiste em modelo de negócio em que um estabelecimento comercializa trabalhos e oferece serviços de diversas pessoas. Há diferentes formas de estabelecer negócios, podendo o fornecimento dos produtos ser por meio de consignação ou por locação de espaço. “As lojas colaborativas são alternativa para que profissionais divulguem e comercializem seus trabalhos, contribuindo para a formação de público consumidor e consolidação da marca no mercado”, explica a entidade.

Baseada nessa definição, Caroline inaugurou neste mês a The Cool Lab Store. Que expande seus conceitos para além do setor varejista. É um espaço que reúne diversas lojas para expor seus produtos em pequenas divisórias, além de contar com cozinha compartilhada, que pode ser usada por qualquer chef ou para eventos, e coworking, modelo de trabalho que divide espaço e recursos de escritório entre grupo de pessoas.

“Temos a expectativa de movimentar em negócios média de R$ 350 mil por mês. Claro que tudo é muito relativo e pode variar para mais ou para menos, de acordo com as vendas e o número de eventos realizados pelos chefs”, justifica a proprietária, sem revelar o investimento realizado. “São 80 marcas diferentes, de moda, arte e design, que passaram por curadoria para ver se o perfil – é preciso que o produtor confeccione o próprio produto, não é aceita revenda – e os preços cobrados não destoam tanto entre eles. Além disso, não trabalhamos com produtos concorrentes.”

Entre as que expõem na Cool Lab, algumas grifes são da região, outras da Capital e algumas até de fora do Estado. “A ideia é concentrar marcas exclusivas, de alta qualidade e com produtos diferenciados num único endereço ao público do Grande ABC”, afirma Caroline, que já desenhou coleções especiais para a grife de óculos Chilli Beans.

CUSTO - Para os lojistas, o aluguel do box pode variar entre R$ 200 e R$ 550 por mês, dependendo do tamanho dele. Os ‘inquilinos’ contam com o serviço de dois vendedores que ficam fixos na loja, ou seja, não precisam disponibilizar funcionários próprios ou permanecer no local, além da infraestrutura e das formas de pagamento que o espaço oferece. A única taxa cobrada, adicionalmente. é a de 20% dos valores das compras.

Se levar em conta todos os gastos para manter loja física, a alternativa do espaço colaborativo pode ser ainda mais vantajosa, especialmente para quem ainda não tem mercado consolidado, como marcas novas ou ramo que ainda não conhece bem. “Fazia minhas vendas on-line e, às vezes, em algumas feiras. Mas como tenho a marca há um ano, não conseguiria ter uma loja física própria sozinha”, afirma a design Leticia Bonjiorno, 24, de Santo André, criadora da Bonjiorno Joias.

Assim como ela, outros empreendedores que vendem seus produtos pela web tem a vantagem de expor seus produtos em locais físicos a custo acessível. “Com o contato com as peças, até as vendas ficam melhores”, comenta Leticia. A média de preço de seus itens varia entre R$ 150 a R$ 300.

Na Cool Lab, as marcas têm contrato de um mês, o que significa que o local terá sempre novidades e abrirá espaço para novos empreendedores. “Pensamos em uma rotatividade das marcas, e isso está dando muito certo. Já estamos com todos os espaços ocupados e, em alguns boxes, temos até fila de espera”, conta a proprietária.


Chefs aproveitam para lançar pratos ou ministrar aulas de gastronomia

A cozinha do The Cool Lab Store pode ser alugada por R$ 300 a R$ 600. O local é totalmente equipado, e o chef ou a pessoa que realizará o evento só precisará levar os ingredientes. Por ficar em espaço onde funciona cafeteria nos dias em que não está reservada, a cozinha conta com infraestrutura para que os convidados/clientes possam se acomodar para comer e conversar. O lugar pode ser locado para eventos como batizados, aniversários, confraternizações, ou para aulas gastronômicas, workshops, lançamentos de pratos, onde o profissional pode comercializar e lucrar com seus eventos.

O chef Bruno Bertozo, 32, de São Bernardo, que tem o projeto Socorro Chef, faz parceria com a loja, ao oferecer consultoria para eventos e também utilizar a cozinha colaborativa para ministrar aulas e workshops. “Faço trabalho semelhante em outro espaço colaborativo em São Paulo. Ter essa iniciativa aqui também, com estrutura física bacana e conceito, é bastante vantajoso e econômico.”

Já o espaço de coworking, voltado a quem precisa de local para trabalhar mas não pode locar imóvel, ou gosta da interação com profissionais de outras áreas, é composto por sala de reunião equipada para até oito pessoas, além de outras três saletas privativas e bancada com espaços individuais. Os aluguéis podem ser feitos por hora, dia ou ano. Os preços partem de R$ 200 por dia. 




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