Ontem, em sua segunda agenda pública depois da abertura do processo de impeachment, a presidente afastada afirmou que as gravações envolvendo o agora ministro afastado Romero Jucá deixam "evidente o caráter golpista e conspiratório que caracteriza o processo de impeachment". Dilma disse que a gravação demonstrava a necessidade de afastá-la do cargo para interromper as investigações da Lava Jato e que esse sempre foi o objetivo do grupo do vice-presidente Michel Temer. "Se alguém ainda não tinha certeza de que há um golpe em curso, baseado no desvio de poder, as informações de Jucá sobre reais objetivos do impeachment eliminaram qualquer duvida", afirmou.
Dilma criticou o governo interno de Temer, disse que em pouco mais de uma semana ele anunciou medidas que contrariam programa que foi aprovado e teve, muitas vezes, que recuar em decisões. "O presidente provisório não foi autorizado pelo povo a mexer em programas sociais para diminuí-los. Ele não foi autorizado pelo povo", disse. "Ninguém deu a ele o direito de ser neoliberal na economia e conservador em tudo mais."
Hoje, em uma fala para deputados e senadores da base aliada, Temer disse que quando houver algum equívoco governamental "nós reveremos este fato". "Quando eu perceber que houve um equívoco na fala, um equívoco na condução do governo, eu reverei essa posição. Não tem essa coisa de não errei, não aceito errar, posso ter errado e procurarei não errar. Mas se o fizer, concertá-lo-ei", disse o presidente em exercício.
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