Política Titulo Mudou de postura
Cautela com Temer e retaliação a Dilma fazem Marinho evitar impeachment

Prefeito de S.Bernardo, um dos mais próximos a
Lula, se esquiva de defender presidente afastada

Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
19/05/2016 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


Com precaução de não criar ruído com o governo do presidente interino Michel Temer (PMDB) e por retaliação à figura da presidente afastada Dilma Rousseff (PT), principalmente pela redução de investimentos em seu segundo governo, o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), evitou ontem emitir comentários sobre o processo de impeachment da correligionária, instalado na semana passada pelo Senado Federal e que a afastou por até 180 dias. Também não defendeu publicamente Dilma, substituída por Temer há uma semana.

O comportamento do chefe do Executivo destoa da postura habitual de comentar situações do cenário nacional durante discursos em agendas oficiais pelo município. Em atividade institucional no Teatro Cacilda Becker para apresentar projeto de Hospital de Urgência, no Centro da cidade, o petista falou por aproximadamente 20 minutos, evitando qualquer citação ao impeachment. Questionado pela imprensa, deixou o local sem dar entrevistas.

Em um dos momentos do discurso, criticou o ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy. Mas foi a única citação à política ou economia do País. “Essa obra (do Hospital de Urgência) já poderia estar na metade. Em dezembro de 2014, um burocrata do Palácio (do Planalto) esqueceu de colher a assinatura da presidente. Estava pronto (o projeto). É uma novela, não fazem ideia da demora que é para um trâmite desse. Em janeiro de 2015, veio o Joaquim Levy. Tenho respeito por ele, mas foi o nosso azar, porque ele sentou em cima das operações de crédito. Graças a Deus foi-se (Levy foi exonerado no fim daquele ano) e as coisas andaram.”

Comenta-se pelos corredores do Paço que Marinho vai manter esse comportamento de não comentar o impeachment ou defender Dilma até sentir segurança na ações do governo Temer. Além disso, tem preocupação com o pacote de recursos para obras na cidade e que foi travado na gestão de Dilma, emperrando andamento de propostas como o Projeto Drenar.

Figura próxima do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o prefeito passou adotar tom crítico ao governo Dilma após a eleição de 2014 – ele foi coordenador de campanha da petista em São Paulo. Marinho deixou explícita a discordância com o afastamento de integrantes de petistas mais próximos a Lula no segundo governo. Também atacou o plano econômico.

Marinho criticou publicamente a forma como a chefe da Nação conduzia o diálogo com parte da sociedade, na comparativo com Lula. Em outra ocasião, o chefe do Executivo chamou de “incompleto” o processo de ajuste fiscal patrocinado pela chefe da Nação. 




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