O prefeito de Diadema, Mário Reali (PT), se incluiu na lista dos ex-executivos responsáveis pela atual situação financeira do município. Na avaliação do petista, o deficit financeiro - chegou a R$ 465 milhões em dezembro e hoje está em torno de R$ 377 milhões - é resultado de decisão política em referência à opção de municipalizar, no passado, o transporte e o saneamento na cidade.

Logo que assumiu a Prefeitura, passada pelas mãos de seu principal cabo eleitoral, o ex-prefeito José de Filippi Júnior (PT), o petista teve de conviver com sequestros de receitas de cerca de R$ 40 milhões. Fato que causou atraso no pagamento do funcionalismo e vem atrapalhando os investimentos e pagamento de fornecedores até hoje.

O atual vice-prefeito, Gilson Menezes (PSB) - governou o município de 1983 a 1988 e de 1997 a 2000 - foi responsável por 80% dos R$ 200 milhões em precatórios adquiridos. As dívidas judiciais foram contraídas na base de desapropriações para estruturação. "Estou na política de Diadema há 20 anos e lutei por tudo isso. Foram opções que se tornaram passivos discutíveis, mas que infelizmente se tornaram dívidas judiciais", detalhou.

Reali deu destaque à criação da ETCD (Empresa de Transporte Coletivo de Diadema) e da Saned (Companhia de Saneamento de Diadema). As autarquias carregam débitos de R$ 210 milhões e R$ 600 milhões respectivamente. "O transporte e o saneamento ganharam muito com isso", resumiu. Entretanto, a primeira passa por processo de privatização e a segunda por fusão com a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) para quitar o passivo.

Sobre o fato de estar ‘encurralado' no quesito responsabilizar o antecessor por conta de problemas com finanças, já que os governantes dos últimos 28 anos estão ligados ao petista, o prefeito não considera uma atitude do seu perfil. "Eu só olho no retrovisor para não fechar ninguém. Não tenho vocação para culpar antecessor. Eu quero olhar para frente e trabalhar", declarou. Os prefeitos de Mauá, Oswaldo Dias, e São Bernardo, Luiz Marinho, ambos do partido de Reali, o PT, culpam os antecessores por atrasos e problemas financeiros.