O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, um dos principais articuladores do governo, disse que Lula "não teve o intuito de ofender" o Legislativo ou o Judiciário em discurso na Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo Dirceu, do que depender de Lula e de todo o governo não vai pairar dúvida sobre a fidelidade à democracia e o compromisso com a harmonia e independência dos poderes.

"O presidente deixou claro que quando fez a declaração não se referia às reformas e não teve o intuito de ofender os poderes. E isso ficou claro. Como o presidente diz, ficou redondo como uma bola de futebol", defendeu.

Também lançaram discursos conciliadores os presidentes da Câmara e do Senado, deputado João Paulo Cunha (PT-SP) e senador José Sarney (PMDB-AP), durante a cerimônia de convocação extraordinária do Congresso para o mês de julho.

"A relação do governo com o Congresso tem sido marcada, além dos mandamentos da Constituição, por uma absoluta confiança em Vossa Excelência", disse Sarney, dirigindo-se ao presidente Lula. Sarney disse que quer incluir na pauta da convocação extraordinária, que será anunciada até o fim do mês, a reforma do Judiciário e os projetos de lei sobre segurança pública.

João Paulo Cunha também insistiu em que a Câmara precisa avançar nas reformas. "Vamos fazer a colheita em breve, mas temos de continuar plantando", disse ele, em referência à conclusão das votações, prevista para este ano.