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Sto.André cria polo bilíngue de Libras

Objetivo é estimular aprendizado da Linguagem
Brasileira de Sinais por surdos e não surdos

Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
29/04/2016 | 07:00
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Divulgação


Um pedacinho do mundo ideal, onde surdos e ouvintes possam se comunicar e aprender em conjunto. Essa é a proposta do polo bilíngue de Português e Libras, inaugurado ontem pela Prefeitura de Santo André. Trata-se de complexo que envolve a Emeief (Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental) Nicolau Moraes Barros, a creche Yone Cintra de Souza e o Centro Público de Formação Profissional Valdemar Matei, na Vila Pires, e beneficiará 1.314 estudantes, sendo 25 deles surdos.

Na prática, a ideia é que toda a comunidade, desde alunos, professores, servidores e pais dos estudantes das três unidades de ensino saibam se comunicar por meio da Língua Brasileira de Sinais. Para isso, são ofertadas aulas por instrutores surdos uma vez por semana. Já os estudantes surdos reforçam o aprendizado no contraturno escolar, durante sala de recursos. “O benefício é para todos os alunos, que estão aprendendo a conviver com o diferente e exercitando desde a paciência até a questão de colocar-se no lugar do outro”, pontua a gerente de Educação Inclusiva da rede, Ester Asevedo.

Para viabilizar o projeto, os 25 alunos surdos da rede foram transferidos para uma das três escolas, de acordo com o ciclo de aprendizado. A Prefeitura garantirá o transporte, tendo em vista que nem todos residem próximos ao local. Durante cinco horas os estudantes recebem o ensino regular, almoçam na unidade e, no contraturno, participam de reforço de Libras e aprendem Português em sua forma escrita.

“Estamos tirando do papel uma das metas do nosso PME (Plano Municipal da Educação), que é fortalecer as políticas de inclusão. Temos o desafio de vencer tanto as barreiras físicas quanto as culturais, acabar com o preconceito, com a segregação”, destaca o secretário de Educação da cidade, Gilmar Silvério. Segundo ele, o projeto não demandou investimento alto. “Já tínhamos o espaço, só precisamos contratar os profissionais para ensinar Libras.”

A instrutora Lucineia Fagundes acrescenta que o principal benefício do polo para os alunos surdos é ter outro surdo como modelo, o que reforça sua identidade. “Quando ele aprende seu primeiro idioma, que é Libras, e tem com quem praticar, desenvolve essa habilidade de comunicação e percebe que pode estar inserido na sociedade.”

Ver sua filha Beatriz, 2 anos, independente e incluída no mundo é o principal sonho da dona de casa Elaine Paulino, 44. “É importante para o desenvolvimento dela todo esse suporte. Ela já está mais esperta, participativa. Também estou tendo de me adaptar, aprender Libras. Meu sonho é me comunicar com a minha filha”, garante.




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