Com receio de respingo em sua campanha por conta da Operação Lava Jato, o deputado estadual Orlando Morando (PSDB) decidiu romper com o PP e retirar seus filiados da legenda. A sigla progressista é uma das mais citadas na força-tarefa da PF (Polícia Federal).

O PP foi um dos primeiros a aderirem à campanha de Morando à Prefeitura de São Bernardo. O acordo, feito com o presidente estadual Guilherme Mussi, envolveu a nomeação de Rogério Capetinga, assessor do tucano, para o comando do diretório municipal. Havia até meta de eleger dois vereadores no pleito de outubro.

Porém, a aliança foi desfeita quando intensificou boato de que os próximos alvos da Operação Lava Jato são os filiados ao PP – entre eles o presidente nacional do partido, senador Ciro Nogueira (Piauí).

“Avaliamos tudo. Vimos que o PP está entre os mais citados e isso preocupou bastante. O Orlando sempre teve conduta ilibada e, não podemos negar, havia risco de respingar na campanha dele toda essa situação. Por isso entregamos todos os cargos”, declarou Capetinga. “Não tenho nada contra o Guilherme Mussi, que sempre foi respeitoso no tratamento com a gente. Mas esse fato (da Lava Jato) pesou.”

A tendência é a de que o PP migre para o arco de aliados de Tarcisio Secoli (PT), secretário de Coordenação Governamental e Serviços Urbanos, escolhido pelo prefeito Luiz Marinho (PT) como prefeiturável em outubro. Em 2012, a sigla esteve no arco de aliados de Marinho.

DATENA
O mesmo motivo foi colocado pelo apresentador José Luiz Datena para se desfiliar do PP e desistir de ser candidato a prefeito de São Paulo. Na época, ele afirmou ter ficado incomodado com o fato de a legenda ter alto número de políticos investigados pela Operação Lava Jato. “Eu não poderia ficar em um partido que roubou tanto da Petrobras”, comentou, à ocasião.