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Expo Abióptica terá empresas da região

A 14ª edição do evento começa hoje e vai até sábado no Transamerica Expo Center

Marina Teodoro
Especial para o Diário do Grande ABC
13/04/2016 | 07:24
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Denis Maciel/DGABC


Cerca de 36 milhões, dos 200 milhões de brasileiros, ou seja, 18% do total de habitantes do País, sofre algum tipo de problema de visão, segundo dados da última pesquisa do Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Mas, de acordo com a Abióptica (Associação Brasileira da Indústria Óptica), esse público seria, de fato, composto por mais de 60 milhões de pessoas, que, por falta de políticas públicas voltadas a essa área da Saúde, nem sempre têm ciência desses distúrbios, que podem afetar até 15% da produtividade de um profissional, por exemplo.

E é por isso que durante a 14ª edição da Expo Abióptica, que começa hoje, será feito o lançamento de programa de certificação para regulamentar todo o setor óptico, e aumentar a qualidade dos produtos, por meio de selo que servirá como referência de qualidade.

Além disso, a feira, que contará com três empresas do Grande ABC, servirá como oportunidade de negócios para fabricantes e óticas, caso da Arteres, fabricante de Santo André, que está há 26 anos no mercado de estojos de óculos e acessórios como cordas, flanelas e sprays para limpar lentes, e vê o evento como bastante positivo para o setor.

“Crescemos muito nos últimos anos, tanto o segmento do qual faço parte como a minha empresa, que hoje é a segunda maior fabricante de acessórios do País. Certamente o networking e a divulgação nesses eventos que participamos há mais de dez anos nos ajudam a continuar aumentando o número de clientes”, afirma Joaquim Duarte, diretor da Arteres.

O presidente da Abióptica, Bento Alcoforado, também concorda que a exposição é uma alavanca para o setor. “Desde 2003 fazemos essa exposição, que é a mais importante da América Latina, e contamos com fornecedores do Brasil e multinacionais, que acabam vindo buscar novidades neste evento, que é como uma vitrine para o segmento, com oportunidades de capacitação e relacionamento.”

Há dois anos no ramo, o proprietário da andreense Ótica Christal, João Domingues Coelho, acredita que a boa fase do setor influenciou na hora de escolher o ramo de atuação.

“Estudei várias áreas de atuação e percebi que a ótica vinha em uma crescente e, hoje, depois da compra, não me arrependo. No ano passado aumentamos nossa receita em 40%”, afirma Coelho, que também promoveu melhorias na qualidade dos equipamentos e atendimento, além de promover parcerias com sindicatos e clubes para driblar o período de crise.

SERVIÇO - A Expo Abióptica 2016, que começa hoje e vai até sábado, dia 16, será realizada no Transamerica Expo Center. O horário de funcionamento é das 13h às 21h, de quarta-feira a sexta-feira. E, no sábado, das 13h às 19h.


Mesmo com queda, setor prevê expansão

Foi-se o tempo em que usar óculos era motivo de chacota entre os seus adeptos. Hoje, os motivos que fazem uma pessoa usar a armação vão muito além de razões de Saúde, já que o artigo se tornou acessório de moda, estilo e comportamento.

Para a Abióptica (Associação Brasileira da Indústria Óptica), essa é uma das razões que impulsionaram o segmento, que vinha de uma crescente média de 20% ao ano, em âmbito nacional, desde 2006 até 2014. Mas, em consequência da crise econômica, aprofundada no ano passado, os estabelecimentos do setor ótico situados na Grande São Paulo, que inclui as sete cidades, apresentou queda de 14% no faturamento.

“Só essa região representa 32% do PIB do ramo ótico, o que quer dizer que tivemos perda significativa, tendo em vista que, na média nacional, a queda foi de 7%”, afirma Bento Alcoforado, presidente da Abióptica. “Esses resultados são reflexo das situações econômica e política, que afetam a região com mais intensidade do que em todo o Brasil.”

Alcoforado aponta o desemprego e a insegurança acerca do cenário econômico como fatores que influenciaram na diminuição do consumo e na retração de investimentos de empresários.

Um exemplo é o da fabricante de acessórios para óculos de Santo André Arteres, que teve queda de 10% no faturamento do ano passado. “Em tempos de recessão, muitos consumidores deixaram de comprar óculos em um primeiro momento, mas essa aquisição acaba sendo feita de qualquer maneira algum tempo depois, mesmo que se opte por modelos mais baratos, porque se trata de uma necessidade básica”, assinala o diretor Joaquim Duarte.

PROJEÇÃO - De acordo com a Abióptica, a previsão em 2014 era de que o setor dobrasse de tamanho nos cinco anos seguintes, mas, de acordo com Alcoforado, essa estatística não pode mais ser levada em consideração.

“Por outro lado, confiamos que no próximo ano, com a economia mais estável, o ramo ótico voltará a ter bons resultados, e o crescimento retornará, afinal, estamos falando de um instrumento não só de estilo, mas também de saúde, que conquistou os consumidores que deixaram de utilizar o mesmo artigo por anos e, hoje, optam por ter mais de um modelo à disposição”, analisa.  




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