Setecidades Titulo Saúde
H1N1 sobrecarrega postos da região

Visando conter surto, Consórcio cria sala de
situação regional para acompanhar pacientes

Daniel Macário
do Diário do Grande ABC
12/04/2016 | 07:07
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Denis Maciel/DGABC


Em meio ao aumento do número de casos suspeitos de H1N1, o Grande ABC já registra sobrecarga de atendimento nos pronto-socorros. Dados repassados pelo coordenador do GT (Grupo de Trabalho) de Saúde do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC e secretário da área em Santo André, Homero Nepomuceno Duarte, apontam que a procura de pacientes em postos da região aumentou no mínimo 30%.

Ontem, durante assembleia de prefeitos realizada na entidade, o coordenador do GT de Saúde chegou a afirmar que prefeituras da região já estão em estado de alerta em decorrência dos reflexos que o vírus tem causado no sistema de Saúde de suas cidades. “Quando a gente fala em média é complicado porque, dependendo da localização geográfica da UPA (Unidade de Pronto Atendimento), o aumento no número de pacientes pode chegar a 60%. Isso tem gerado longas filas de espera e dificuldades para os funcionários atenderem esse volume de pessoas. E isso não é só na rede pública, mas também na privada.”

Na avaliação do secretário, a situação piora ainda mais quando os casos mais graves precisam ser acompanhados de perto por médicos. “Temos outro problema, que são as pessoas que precisam ficar internadas, mas principalmente aquelas que necessitam de vaga de UTI por conta da síndrome respiratória aguda.”

Em Santo André, por exemplo, o secretário disse que a fila de espera por vaga de UTI nas UPAs tem, em média, quatro a seis pacientes diariamente. “Vagas de UTI já são um problema mesmo sem essa situação. Agora (com o vírus H1N1), o problema tem se agravado”, disse Homero.

O agravamento do atual cenário fez com que prefeitos da região pedissem a abertura de uma sala de situação regional, similar à que atua nos casos de dengue, para acompanhar pacientes do Grande ABC com suspeita de H1N1. Reunião que será realizada hoje na entidade vai definir como esse grupo atuará. Além disso, o Consórcio promete apresentar nos próximos dias campanha de conscientização para alertar a população sobre o vírus.

“Precisamos ficar em alerta, pois se o número de casos e a necessidade de UTI aumentarem, temos de saber o que poderá ser resolvido com a estrutura que temos hoje. Temos que pensar em algum plano de contingência para esses casos”, destacou Homero.

Até o momento, já foram registrados 537 casos da doença no Estado, sendo 70 mortes. No Grande ABC, são 32 pacientes infectados pelo vírus da gripe A, sendo quatro mortes confirmadas (duas em Santo André, uma em São Bernardo e uma em Mauá) e outras dez suspeitas.

DENGUE – Durante a assembleia de prefeitos também foi divulgada a data do próximo mutirão de combate à dengue. A mobilização regional está agendada para o dia 7 de maio, na região de divisa entre São Bernardo, Diadema e a Capital.

Segundo Homero, a participação da população tem sido fundamental para que os índices da região fiquem estáveis. “O número de casos (de dengue) se manteve nos mesmos níveis do ano passado, que já foi um ano problemático. Neste ano, o que conseguimos foi conter essa situação e fazer com que ela não tivesse a magnitude que teve em outras cidades do Interior de São Paulo.”

Dados coletados com os sete municípios da região mostram que o número de casos suspeitos de dengue recuou 11% na região até a décima semana epidemiológica, encerrada no dia 12 de março, na comparação com o mesmo período de 2015. No acumulado de 2016, até 12 de março, foram notificados 4.952 casos suspeitos neste ano, ante 5.559 ocorrências no ano passado.




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