Política Titulo Editorial
Rio Grande doente
Do Diário do Grande ABC
09/04/2016 | 09:22
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Aline Pietri/DGABC


Dívida de R$ 2,2 milhões da Prefeitura de Rio Grande da Serra com a Fundação do ABC, que gerencia a mão de obra nas unidades públicas municipais de Saúde, fará com que médicos e funcionários do setor deixem de atender os pacientes a partir da meia-noite de amanhã. A informação foi obtida e confirmada exclusivamente pelo Diário junto a fontes oficiais. Será o caos para aqueles que não possuem convênios e não têm dinheiro para pagar por consulta particular.

Administrada pelo tucano Gabriel Maranhão, a cidade não explicou por que deixou de arcar com os compromissos financeiros com a FUABC desde julho, ou seja, há mais de oito meses. Entende-se que todas as prefeituras estejam passando por dificuldades financeiras, mas Saúde não pode nunca ficar desassistida. Trata-se de setor estratégico. Infelizmente, ninguém do governo se dispôs a esclarecer as razões do calote, não aos jornalistas desta Casa, mas à população que paga rigorosos impostos para ter direito ao atendimento básico e gratuito.

Desde a última campanha eleitoral, em 2012, a Saúde pública de Rio Grande da Serra ocupa grande espaço no debate político. A paternidade da UPA (Unidade de Pronto Atendimento), que está em fase final de construção no Centro, vem sendo reivindicada em ferrenha disputa entre governistas do PSDB e oposicionistas do PT. A pergunta que se faz agora, todavia, é a seguinte: de que adiantam prédios se não há material humano para fazê-los funcionar?

Situação e oposição deveriam deixar a disputa política em segundo plano e se unirem para garantir que, logo na segunda-feira, as unidades de Saúde de Rio Grande estejam com as portas abertas e atendendo a quem necessitar – ainda mais no momento em que a gripe A se tornou preocupação nacional e já fez três vítimas fatais no Grande ABC. Porque se é certo que a administração tucana tem muito a explicar sobre os motivos do calote, também os vereadores não governistas têm de dizer por que permitiram oito meses de calote sem nunca terem denunciado o absurdo. 




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