Política Titulo Editorial
Ameaça no ar
Do Diário do Grande ABC
30/03/2016 | 08:29
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Aline Pietri/DGABC


Não bastasse o perigo à Saúde da população do Grande ABC representado pelo mosquito Aedes aegypti, agora as sete cidades se deparam com outra ameaça, muito mais letal. Trata-se da proliferação de casos de contaminação pelo vírus H1N1, causador da Síndrome Respiratória Aguda Grave, que já causou três mortes na região, duas em Santo André e uma em Mauá.

A reprodução sem controle dessas doenças demonstra de forma inequívoca o quanto as autoridades sanitárias têm falhado no combate às mais variadas formas de vírus. Governos federal, estadual e municipais não fizeram a lição de casa e agora a sociedade arca com as consequências do descaso com a Saúde.

O que mais causa perplexidade é que o cenário não é novidade. Em 2009, o H1N1 trouxe pânico à população, quando 12 mil pessoas foram infectadas só no Estado de São Paulo, sendo que 578 morreram. Nas sete cidades, foram registrados, naquele ano, cerca de 700 casos, com 50 mortes. Em 2013, pelo menos 21 pessoas morreram no Grande ABC. A mobilização e os cuidados foram redobrados e, enfim, a contaminação foi controlada.

Mas, como sempre ocorre no Brasil, ou na imensa maioria das vezes, todas as esferas se descuidaram assim que se imaginou que o inimigo estivesse vencido. No ano passado, no Grande ABC, não houve nenhuma morte devido ao H1N1. E aí, quando todos estavam preocupados em combater o mosquito transmissor da dengue, febre chikungunya e zika, eis que a Síndrome Respiratória Aguda Grave volta com toda a intensidade. Só então, quando as famílias paulistas já choram seus mortos, o Estado anuncia a antecipação da vacinação. Se houvesse planejamento e comprometimento com a sociedade, e os administradores de todas as esferas se esforçassem mais em executar suas obrigações constitucionais e menos em fazer política, talvez alguns óbitos, para não dizer todos, poderiam ter sido evitados. Que a reação que ora se ensaia, ainda que tardia, obtenha resultados e, desta vez, não haja desmobilização quando, e se, o inimigo for manietado.  




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