Na EMEFM Arquiteto Oscar Niemeyer, em São Caetano, atividade lúdica visa transformar estudantes em multiplicadores de informação
Tem muita gente travando batalha contra o mosquito Aedes aegypti e a criançada também está no combate. Em atividade de conscientização realizada na EMEFM (Escola Municipal de Ensino Fundamental e Médio) Arquiteto Oscar Niemeyer, em São Caetano, alunos do 6º ano, com idade entre 10 e 12 anos, mostram que estão atentos no combate ao criadouro do inseto transmissor da dengue, do zika vírus e da febre chikungunya.
Para envolvê-los na ação, a tarefa foi montada de forma lúdica. No pátio foram espalhados exemplos de situações que devem ser evitadas, como caixa-d’água aberta, pneu e vasinhos de plantas. Divididos em equipes e com um mapa em mãos eles vão, ao invés de à caça ao tesouro, à caça aos focos do mosquito. No inverso do mapa os estudantes listam o que foi encontrado e as medidas que devem ser tomadas.
A ideia do formato da atividade foi de Vinicius Gomes da Silva, 27 anos, estudante do terceiro semestre de Biologia na FSA (Fundação Santo André) e bolsista do Pibid (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência).
O Pibid oferece bolsas para que alunos de licenciatura atuem dentro das escolas públicas, com a orientação de um docente, visando fortalecer a formação dos futuros professores e incentivá-los a lecionar no Ensino Básico, seja na Educação Infantil, no Ensino Fundamental ou no Ensino Médio. “Como os alunos são reflexo da família na escola, atingindo-os eles têm potencial para alcançar seus familiares. A criança se sente bem mais motivada a passar as informações adiante”, disse Silva, ao lado da companheira de projeto, Pamela Cristina de Carvalho Pereira, 20, aluna do segundo semestre de Biologia. A execução da brincadeira na escola foi iniciada na semana passada e terminará hoje. Dez salas do 6º ano participam da busca, totalizando 300 alunos.
A garotada sabe bem o que fazer para evitar o mosquito Aedes aegypti, mas lamenta que boa parte da população parece não saber. “Vemos por aí um monte de lixo jogado na rua e muita água parada. Na casa da minha vizinha, por exemplo, tem uma pia virada ao contrário, mas que acumulou um monte de água, está até amarelo. A gente fala do perigo, mas ela diz que tem medo de mexer lá”, conta Isabella Guadalupe Perrella Silva, 11.
Matheus Leandro Tavares, 12, viu os transtornos que causa a dengue quando a irmã, de 18, contraiu a doença. “Ela só ficou na cama, com muita dor. Falo para as pessoas que conheço: ‘Não deixem água acumulada.’” O garoto lembra ainda de outro grave problema atribuído ao Aedes aegypti. “A microcefalia (na qual há casos relacionados ao zika vírus) é assustadora.”
A diretora da EMEFM Arquiteto Oscar Niemeyer, Rosana Campana Chacon, ressalta o êxito do trabalho, que transforma os alunos em agentes multiplicadores de informação e fiscalização. “Não adianta pedir para que façam um trabalho no papel. Vendo e participando das situações eles levarão a experiência, e saberão identificar o problema e ajudarão na prevenção.”
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