A União Europeia vai pressionar a Turquia hoje a receber de volta milhares de imigrantes em meio à profundo divisão sobre como a Europa deve lidar com a crise de refugiados.

Com a unidade europeia fraquejando diante da chegada de mais de 1 milhão de imigrantes á região no último ano, a Turquia - fonte da maior parte dos refugiados que chegam à Grécia - é vista como parceiro estratégico para conter a entrada de pessoas no bloco.

A agência de refugiados das Nações Unidos tem demonstrado reservas em relação às normas de asilo na Turquia e grupos de direitos estão preocupados com a repressão de Ancara sobre os meios de comunicação e seu sangrento conflito com os rebeldes curdos.

A União europeia, entretanto, parece entender que não há melhor solução. "Como ajudar a Grécia sem ter um acordo com a Turquia para lidar com a questão? Vocês querem mesmo condenar a Grécia a se tornar um campo de refugiados para o resto da Europa?", disse o vice-prresidente da Comissão europeia, Frans Timmermans.

Desestabilizados pela passagem de centenas de milhares de imigrantes, países nos Bálcãs começaram a fazer controle de fronteira. Milhares de pessoas estão presas na fronteira da Grécia com a Macedônia, na esperança de conseguir prosseguir com a viagem rumo à Alemanha e Escandinávia.

Pelo acordo que poderá ser acertado com o primeiro-ministro da Turquia, Ahmet

Davutoglu, o país impediria a entrada na Europa e receberia de volta da Grécia todos os imigrantes não elegíveis a asilo. Para cada imigrante irregular, os países da União Europeia receberiam um refugiado sírio da Turquia, até um total de cerca de 70 mil refugiados, em um processo supervisionado pelas Nações Unidas.

Além disso, a União Europeia poderia prover à Turquia até 6 bilhões de euros como ajuda para lidar com os 2,7 milhões de refugiados sírios no país, acelerar as conversas para que o país se torne membro do grupo e facilitar as regras para emissão de vistos à cidadãos turcos. Fonte: Associated Press.