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Metalúrgicos prometem fazer mais paralisações
Eric Fujita
Do Diário do Grande ABC
30/08/2005 | 08:30
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Sem avanços nas negociações, os metalúrgicos do Grupo 9 – máquinas, metalurgia tradicional e eletroeletrônicos – prometem continuar nesta terça-feira com uma série de paralisações nas indústrias do setor em São Bernardo e Diadema. A ofensiva será mantida porque as empresas não aceitam aumentar a proposta de reajuste de 6%. Desse índice, 4,66% são de reposição da inflação e 1,28% de aumento real.

A proposta foi rejeitada na negociação de ontem à tarde pela FEM (Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT) – ao qual está vinculado o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. A categoria pede o mesmo patamar de reajuste fechado com as montadoras: reposição integral da inflação e aumento real de 3,7%, índices que serão avaliados hoje pelos funcionários da General Motors (leia texto nesta página).

Segunda-feira pela manhã, cerca de 350 funcionários da Mangels, de São Bernardo, paralisaram a produção por duas horas (das 6h às 8h). A empresa fabrica de laminados de alumínio e algumas peças para montadoras. Uma nova empresa do segmento terá suas atividades suspensas hoje, adiantou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, José Lopez Feijóo. Porém, ele não mencionou o nome da empresa escolhida.

A onda de paralisações continua até quarta-feira, quando a categoria volta a negociar com as empresas. Na região, estão 25,3 mil dos 65 mil trabalhadores do Grupo 9 no Estado de São Paulo.

"Será um recado aos patrões que não querem conceder um reajuste. Se não apresentar uma proposta digna, vamos intensificar nossa mobilização e até podemos organizar greves", disse Feijóo.

O coordenador da negociação que reúne as empresas do Grupo 9, Valdemar Cardoso de Andrade, informou que consultará as fábricas do setor para definir uma nova proposta aos metalúrgicos. Para ele, a atitude dos trabalhadores de organizar paralisações só dificulta as negociações. "Eles (os sindicalistas) já deixaram claro que vão parar algumas fábricas enquanto não houver outra proposta."

A Mangels foi a primeira indústria desse ramo escolhida pelo sindicato para ser o alvo das paralisações. A suspensão aconteceu durante a entrada dos funcionários do primeiro turno de trabalho, explicou o diretor-executivo da entidade, José Paulo da Silva Nogueira.

A Mangels confirmou a paralisação e informou que já está concedendo o reajuste de 6% referente a 1º de agosto. Mas o índice poderá mudar conforme o que vier a ser fechado nas negociações com os sindicalistas.

Autopeças – A FEM entregou um aviso de greve ao Sindipeças (Sindicato Nacional das Indústrias de Autopeças), depois de recusar a proposta de reposição da inflação e aumento real de 2%, na negociação de ontem. Uma nova reunião está programada para as 14h de quarta-feira.

Feijóo declarou que os funcionários do setor na região (cerca de 34 mil) vão aguardar o resultado desse encontro. "Caso a proposta não seja superior, o movimento poderá ser estendido para esse setor."

O negociador do Sindipeças Dráusio Rangel afirmou que a reivindicação de equiparar os índices aos concedidos pelas montadoras está fora da realidade das indústrias de autopeças. "Existem pequenas empresas no ramo que não suportariam atender essas condições."




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