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Altas taxas de juros impedem o crescimento do país, diz Alencar
Do Diário OnLine
Com Agências
10/12/2003 | 20:25
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O presidente da República em exercício, José Alencar, disse nesta quarta-feira, na abertura da Conferência Internacional sobre Estratégias de Desenvolvimento e Concertação Social, no Palácio do Itamaraty, que o país não alcançará o desenvolvimento sustentado enquanto houver altas taxas de juros.

Alencar cobrou a adoção de uma política monetária menos restritiva, com redução das taxas. "É preciso que nós possamos construir no Brasil uma cultura que nos afaste de uma vez por todas da aceitação dos custos do capital, que são um despropósito no nosso país. Nós não podemos assistir passivamente uma dona de casa pagando 8% de juros ao mês para comprar um bem de consumo que representa um custo da ordem de 150% ao ano", afirmou.

José Alencar ressaltou que o setor produtivo não paga alto pelo custo do capital. "O capital é apenas um dos fatores de produção", disse ele, lembrando que os empresários precisam remunerar também outros fatores, como o trabalho, a tecnologia e o conhecimento. Alencar foi fortemente aplaudido quando afirmou que "nós não podemos aceitar que apenas um desses fatores, que é o custo do capital, receba uma remuneração superior a toda remuneração que pode ser oferecida por aquela determinada atividade".

O presidente ressalvou que não se trata de fazer oposição ao atual governo, pois este assumiu o país num momento em que a inflação subia e ameaçava. Ele lembrou que essa situação levou o país a construir, no primeiro trimestre, superávit primário de 6,3% do Produto Interno Bruto (PIB). "Nesse mesmo trimestre tivemos custos da dívida de mais de 12% do PIB, o dobro daqueles 6,3%", destacou.

Alencar lembrou também que "o país precisou adotar uma política fiscal ultraconservadora e uma política monetária ultrarrestritiva, mas, para que haja desenvolvimento será necessário flexibilizar a política monetária. Poderíamos e ainda podemos sair dessa armadilha, com responsabilidade, com a manutenção de conservadora política fiscal, mas não podemos acumular uma política fiscal utraconservadora com uma política monetária ultrarrestritiva".

Com Agência Brasil




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