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Produçao industrial regional mantém crescimento
Do Diário do Grande ABC
16/03/2000 | 16:14
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A recuperaçao ensaiada no fim de 1999 pela indústria se mantém neste início de ano no parque fabril de Sao Paulo, que registrou em janeiro seu quarto mês de aumento e já alcança uma média de expansao mensal de 7,8%. O índice, divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, é superior à media nacional, de 5,4%. "Sao Paulo, o Estado que mais reduziu a produçao no ano passado, vem confirmando sua reaçao industrial", diz Miriam Ferreira, gerente do Departamento de Indústria do IBGE. Dezessete dos vinte ramos pesquisados fazem parte deste processo de retomada de crescimento.

Os principais impactos positivos vêm da indústria química (7,4%). O segmento de material de transporte, puxado pela indústria automobilística, cresceu 13,7% em janeiro em relaçao a dezembro do ano passado, iniciando uma recuperaçao das perdas sofridas com o aumento das taxas de juros. A indústria mecânica, responsável pela produçao de bens de capital, setor que mais sofreu as conseqüências da desvalorizaçao cambial, também é um dos líderes do crescimento, com elevaçao de 12,3%.

"O acumulado de 12 meses continua negativo, mas os sinais de reaquecimento sao bastante claros", diz Miriam. Em dezembro, o acumulado apontava recuo de 4,3% na atividade industrial paulista. Em janeiro, o nível de queda havia se reduzido para 3,1%. "Este indicador mostra que o movimento de retomada no ritmo produtivo, iniciado em agosto do ano passado, é mantido", diz a analista.

Os três únicos setores que apresentaram desempenhos negativos foram o farmacêutico, matérias plásticas e fumo. A queda na indústria de fumo chegou a 89% do resultado, na avaliaçao de Miriam, da concentraçao dessa indústria em seus Estados originais. Muitas unidades de Sao Paulo foram fechadas. Ela lembra, também, do problema da concorrência neste mercado, com produtos contrabandeados, que vem afetando significativamente a indústria nacional. O setor farmacêutico caiu 14,5%, em parte por causa das férias coletivas que se estenderam pelo mês de janeiro, e o segmento de matérias plásticas recuou 2,3%.

No desempenho nacional, o Rio Grande do Sul se destacou com o mais elevado índice de crescimento: 15,4%, na comparaçao entre janeiro de 2000 e dezembro de 1999. Nesta regiao, a alta foi puxada basicamente pelo setor químico, que conseguiu aumentar em 23,1% a sua produçao.

Minas Gerais veio em segundo lugar no crescimento, com 11,6%, com destaque para as indústrias metalúrgica, com 18,1%, e de alimentos, com 19%. Sao Paulo foi o terceiro Estado que mais cresceu no cenário nacional.

As maiores perdas foram registradas em Pernambuco e Paraná, com quedas, respectivamente, de 19,8% e 13,1%. Estes resultados, segundo Miriam, apesar de representarem perdas elevadas, ficaram concentrados no fraco desempenho da indústria de produtos alimentícios pernambucana, afetada pela interrupçao na safra do açúcar, e pela reduçao das atividades do setor elétrico e de comunicaçoes paranaense.




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