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Alunos especiais de São Bernardo têm bolsa de estudo ameaçada
Kelly Zucatelli
Do Diário do Grande ABC
01/09/2009 | 07:05
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Os 317 alunos deficientes de centros especializados de São Bernardo estão com futuro incerto. Eles não sabem se continuarão a ter, em 2010, a bolsa de estudos oferecida pela Prefeitura. Os pais e responsáveis receberam a informação de que as inscrições para o auxílio foram suspensas.

O benefício, que é repassado há cerca de dez anos, está sob avaliação da Secretaria de Educação do município. A Pasta pretende averiguar se os matriculados estão na situação adequada, como idade e diagnóstico médico correto, nas seis unidades especiais. As vistorias devem encerrar ainda neste mês.

Por ano, a concessão é de R$ 3,5 milhões, sendo que são repassados R$ 546,11 para cada estudante de meio período e R$ 1.092 para os de período integral. Além disso é dado auxílio para transporte, que varia entre R$ 136 e R$ 197,84.

A administração municipal alega que os estudantes que forem excluídos do programa serão remanejados para a rede pública de ensino. No entanto, os pais e responsáveis pelos beneficiados acreditam que falta capacitação de profissionais e acessibilidade adequada para garantir qualidade de educação. A maioria dos alunos tem deficiência mental.

Para a promotora da Pessoa com Deficência Maricelma Rita Meleiro, que acompanha o caso, a discussão sobre a bolsa é importante para levantar a necessidade de adequações de acessibilidade e a capacitação dos profissionais. "Essa ideia tem de servir tanto para a rede municipal quanto aos centros especializados particulares. Esperamos que até novembro tenha a resolução. Vamos ajudar para que se resolva o mais rápido possível."

Encontro - Reunião realizada ontem no Forum de São Bernardo entre promotoria e secretária de Educação e Cultura, Cleuza Repulho, deixou dividida a opinião dos pais. Muitos não acreditam na viabilidade de inclusão dos alunos na rede pública e temem que seus filhos não tenham a atenção necessária de professores e funcionários.

"Há cerca de cinco anos minha filha é bolsista. Ela estuda numa escola especializada e eu não gostaria de tirá-la, pois já tive a experiência de colocá-la em uma escola comum e não houve a inclusão de maneira adequada", conta Maria Conceição Araújo Pianco, mãe de Patrícia de Cássia Araújo Pianco, 25 anos. "O resultado foi que tive até que interná-la. Espero que tudo se resolva e tenhamos o benefício."

O presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de São Bernardo, Uriel Carlos Aleixo, ressaltou que fiscalização em conjunto com o Ministério Público fará com que medidas sejam adotadas para resolver o problema antes do próximo ano letivo. "No dia 1º de outubro faremos um novo encontro com os pais e a Prefeitura na OAB para conhecer as medidas que serão adotadas", disse Aleixo.




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