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Potências discutem em Londres nova resolução contra o Irã
Da AFP
26/02/2007 | 16:57
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Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha discutiram nesta segunda-feira uma nova resolução contra o Irã, que reiterou sua determinação de continuar seu programa de enriquecimento de urânio.

"Tivemos uma primeira discussão produtiva sobre os próximos passos" que devemos tomar em relação ao Irã, depois da negativa de Teerã de acatar a resolução da ONU, informou John Sawers, diretor político da chancelaria britânica.

Os contatos entre os cinco membros permanentes do Conselho - Reino Unido, Rússia, China, Estados Unidos e França -, mais a Alemanha continuarão esta semana para debater a resposta à determinação de Teerã de continuar seu programa de enriquecimento de urânio.

A chancelaria britânica enfatizou que o encontro de diretores políticos das chancelarias não resultaria numa decisão imediata.

"Toda decisão deverá ser autorizada a nível ministerial", explicou um porta-voz.

No entanto, "o Irã não deve se equivocar sobre a unidade da comunidade internacional" em sua oposição ao programa nuclear iraniano, acrescentou o porta-voz do primeiro-ministro britânico Tony Blair.

O Irã se negou repetidamente a suspender suas atividades de enriquecimento de urânio apesar de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, que em dezembro de 2006 impôs sanções limitadas contra os programas nuclear e balístico iranianos.

"Todos estamos de acordo que devemos seguir o caminho do Conselho de Segurança (da ONU)", disse no domingo a secretária de Estado americana, Condolezza Rice.

Ao mesmo tempo, Rice reiterou a oferta dos Estados Unidos de iniciar negociações com o Irã se este suspender suas atividades de enriquecimento de urânio.

Teerã respondeu na segunda-feira, afirmando sua disposição de examinar "positivamente" um pedido americano de negociação, mas rejeitou a suspensão do enriquecimento de urânio como uma condição prévia.

"Se os Estados Unidos emitirem um pedido de negociações oficial, estaremos dispostos a examiná-lo positivamente", declarou Ali Larijani, secretário do Conselho Supremo da Segurança Nacional, citado pela agência oficial Irna.

"Quem quer negociar tem que apresentar uma demanda oficial", insistiu Larijani em Pretória, onde está em visita oficial.

Larijani fez pouco caso das declarações da secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, que reiterou domingo sua oferta de negociação sob a condição de que Teerã suspenda suas atividades nucleares sensíveis. "Não damos nenhuma credibilidade a tais declarações dadas à imprensa", disse ele.

"A suspensão de atividades legais, pacíficas e controladas pela Agência Internacional da Energia Atômica (AIEA) é uma demanda ilegítima, ilógica e contrária à vontade nacional" dos iranianos, declarou Gholamhossein Elham, porta-voz do governo.

Segundo ele, o pedido de suspensão do enriquecimento é incompatível com "a dignidade" dos iranianos.

No entanto, as veladas ameaças do vice-presidente americano Dick Cheney, que disse durante uma visita à Austrália que "todas as opções estão sobre a mesa" no tema Irã - suscitaram a preocupação de pelo menos um dos membros do Conselho de Segurança, a Rússia.

"Estamos preocupados porque são cada vez mais freqüentes as especulações e suposições em torno de um possível ataque ao Irã", disse o chanceler russo, Serguei Lavrov numa reunião sobre o conflito com o presidente Vladimir Putin, segundo agências de notícias russas.

As declarações de Cheney aumentaram a forte tensão em torno das aspirações iranianas de ter um programa nuclear, que Teerã insiste ser exclusivamente civil. Os ocidentais, no entanto, acreditam que o país pretende fabricar a bomba atômica.

No domingo, o presidente iraniano Mahmud Ahmadinejad reiterou que seu governo continuará com seu programa de enriquecimento de urânio sem se importar com as ameaças da ONU.

"O Irã alcançou a tecnologia para produzir combustível nuclear e o movimento do Irã neste caminho é como um trem numa via de sentido único, sem espaço para parar, sem marcha a ré ou freios", afirmou Ahmadinejad.




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