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Engenheiro é mantido refém por 10h
Rodrigo Cipriano
Do Diário do Grande ABC
19/03/2004 | 00:28
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Um engenheiro de 66 anos deixou no fim da tarde de quarta um cativeiro às margens da Billings, em São Bernardo. Ele permaneceu por quase dez horas refém de uma quadrilha de seqüestradores, até que o homem que o vigiava fugiu do local. O engenheiro foi rendido na Vila Alzira, em Santo André, por volta das 6h30, quando levava seus filhos, com idades entre 9 e 10 anos, para a escola.

A ação foi rápida. Três homens armados se aproximaram em baixa velocidade em um Chevette e, na rua Javri, fecharam o Palio em que estava o engenheiro. Um criminoso desceu do veículo e, com poucas palavras, exigiu que as crianças deixassem o carro. Em seguida, o homem assumiu a direção do carro e saiu em alta velocidade.

As crianças viram da calçada o pai ser levado para o cativeiro. Durante todo o percurso, seqüestrador e vítima foram escoltados pelos outros dois criminosos, que permaneceram no Chevette. Depois de um curto trajeto, a quadrilha chegou ao local onde o engenheiro seria mantido até o fim do dia: um imóvel inacabado com apenas quarto e banheiro.

Segundo a polícia, o acesso ao lugar era muito difícil. O cativeiro fica em um matagal. Para ser alcançado, é necessário percorrer cerca de 200 m de uma trilha formada junto à estrada do Montanhão, na periferia de São Bernardo. Do imóvel, foi feito o primeiro contato com a família do engenheiro, pouco depois de ele ter sido seqüestrado.

Na ligação, feita pelo telefone celular da vítima, os criminosos anunciaram o seqüestro e pediram um resgate de R$ 30 mil para libertá-lo. Até as 15h, pelo menos outras seis ligações teriam sido feitas para a família, sempre a partir do celular da vítima.

Os contatos eram sempre muito tensos e os seqüestradores não poupavam ameaças em caso de recusa do pagamento.

Na última conversa, os criminosos disseram à família que a bateria do celular estava terminando e que em breve voltariam a entrar em contato para passar o número de outro telefone, pelo qual seriam retomadas as negociações. Antes disso, o engenheiro e um único seqüestrador que o vigiava foram surpreendidos por um estranho no cativeiro.

O rapaz disse ao criminoso que havia “pintado sujeira”. Foi a senha para que os dois fugissem, abandonando o engenheiro. A vítima ainda ficou por alguns minutos no imóvel, sem saber o que havia acontecido, até que caminhou alguns metros e encontrou uma residência, de onde avisou a polícia sobre sua localização.

Até o fim da tarde desta quinta, os seqüestradores ainda permaneciam foragidos, segundo policiais da Dise (Delegacia de Investigação Sobre Entorpecente) de Santo André, onde foi aberto um inquérito para investigar o caso.

Informações sobre os criminosos podem ser feitas pelo telefone do Disque-Denúncia (0800-156315). Não é necessário se identificar.




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