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Crescem falhas na linha 3-Vermelha
04/10/2010 | 08:25
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A média mensal de problemas com trens da Linha 3-Vermelha do Metrô é a mais alta dos últimos três anos e cresceu até 14% em relação a 2009, segundo Relatório de Ocorrências do Sistema, obtido com exclusividade.

A situação provoca paralisações e aumento no tempo de viagem dos passageiros. Os trens também estão ficando mais tempo parados no pátio e há três anos não conseguem atingir a meta de circulação estipulada pelo próprio Metrô.

Os índices são calculados separadamente para cada modelo que circula na linha - Mafersa e Cobrasma. Os primeiros foram os que registraram o maior aumento na quantidade de problemas (14%) e passaram de uma média mensal de 449 ocorrências para 515. A frota Cobrasma, apesar de ser um pouco mais antiga, também apresentou aumento, de 575 para 635 (10%). Também rodam na Linha 3-Vermelha seis novos trens do modelo CAF, mas a maioria está ainda em fase de testes.

Essas ocorrências envolvem principalmente problemas nas portas, freios, fornecimento de energia e ventilação. Entre esses episódios estão desde paradas de alguns minutos até casos em que os trens têm de ser esvaziados e levados para o pátio.

Cada trem está andando menos que a meta do Metrô - ou seja, estão ficando mais tempo parados no pátio. Composições da frota da Cobrasma, por exemplo, deveriam circular por no mínimo 355 mil quilômetros por mês, mas chegam a 334 mil. As da Mafersa deveriam rodar 321 mil km, mas atingiram 305 mil.

Lotado - A Linha 3-Vermelha é o ramal de metrô mais carregado do mundo. Foram transportados 1,4 milhão de passageiros por dia no primeiro semestre. Nos horários de pico, a ocupação chega a 9,8 passageiros por metro quadrado - o número aceitável pela organização de saúde é 6. "Qualquer sistema que opera no limite está sujeito a apresentar falhas", diz o ex-engenheiro do Metrô e mestre em Transportes Horácio Augusto Figueira. "A Linha Vermelha está no limite, o que aumenta a possibilidade de falhas."

O Metrô afirma que as falhas registradas recentemente não têm relação com o volume de passageiros transportados. A companhia também afirma que elevou os gastos com manutenção. No ano passado, foram investidos nesses serviços R$ 541 milhões e a projeção para este ano é de R$ 621 milhões. "A companhia informa ainda que desenvolve rigorosos processos de manutenção, que se dividem em três tipos: Manutenção Preventiva, Corretiva e Preditiva."

No último dia 22, uma pane em um dos trens provocou um efeito em cascata e parou toda a linha por mais de duas horas, afetando 250 mil pessoas.




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