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Planos do Paquistão de proibir ato político público geram polêmica
Da AFP
22/10/2007 | 11:55
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Um projeto governamental para proibir as grandes concentrações políticas no Paquistão por motivos de segurança provocou nesta segunda-feira uma nova polêmica com a oposição, quatro dias depois do atentado contra Benazir Bhutto, a ex-primeira ministra que voltou ao país após oito anos de exílio.

O governo examinava nesta segunda-feira um projeto de decreto que impõe tais proibições por temer novos atentados suicidas, como o que deixou pelo menos 139 mortos, na quinta-feira em Karachi (sul), e que tinha Bhutto como alvo.

Este ataque, executado em meio a uma concentração de milhares de pessoas, foi o mais violento da história do Paquistão.

"Por razões de segurança após o atentado de Karachi (sul), o governo examina o projeto para permitir apenas as pequenas reuniões públicas em locais bem precisos e protegidos", explicou o vice-ministro da Informação, Tariq Azeem.

Críticas-  A porta-voz do PPP (Partido do Povo Paquistanês) de Bhutto, por sua vez, declarou: "os atos públicos fazem parte do processo eleitoral e não podemos permanecer com os braços cruzados durante a campanha". Para meados de janeiro, estão previstas eleições legislativas e provinciais no país.

"Os líderes políticos e os candidatos precisam de contato com a população", ressaltou Nazir Dhoki, para explicar sua forte rejeição ao projeto do governo.

"É simplesmente injusto e inaceitável", declarou Raja Zafar ul Haq, presidente da Liga Muçulmana do Paquistão-ala Nawaz, o partido de outro ex-primeiro-ministro no exílio, Nawaz Sharif, um movimento de oposição relativamente influente.

"Não querem que os líderes políticos possam ter contato com seus eleitores, vamos impugnar esta proibição no Supremo Tribunal", prometeu o político.

"Musharraf é impopular e não pode enfrentar as pessoas, assim tenta controlar as eleições de outra forma", disse Liaquat Baloch, líder de uma aliança de partidos religiosos, Muttahida Majlis-e-Amal (MMA).

Contexto- Há vários meses Bhutto negocia um acordo com o atual presidente paquistanês e general Pervez Musharraf para que ambos dividam o poder após as eleições. Musharraf continuaria como presidente e Bhutto se tornaria primeira-ministra.

A ex-premiê ocupou esse cargo em duas ocasiões, de 1988 a 1990 e de 1993 a 1996, mas em ambas teve que deixar seu posto por acusações de corrupção. Foi para poder escapar da prisão que fugiu para o exílio em 1999.

Uma anistia geral permitiu agora que ela voltasse ao país sem medo de ser detida e julgada, condição prévia que pôs sobre a mesa antes de negociar o poder.




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