Política Titulo Caso do triplex
MP denuncia Lula por ocultação de patrimônio no caso do triplex

Relatório aponta lavagem de dinheiro por
suposta propriedade de imóvel no Guarujá

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
10/03/2016 | 07:35
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Nario Barbosa/DGABC


O MP-SP (Ministério Público de São Paulo) oficializou ontem acusação formal à Justiça contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por ocultação de patrimônio, espécie de lavagem de dinheiro, estelionato e falsidade ideológica no caso do triplex do Guarujá. A Promotoria aponta supostas evidências de que o petista é verdadeiro proprietário do apartamento no Condomínio Solaris, no Litoral paulista. Medida foi confirmada pelo promotor Cássio Roberto Conserino, um dos responsáveis pelo inquérito, ao lado de Fernando Henrique Araújo e José Carlos Blat.

“Entramos com a denúncia”, disse Conserino, sem dar detalhes, após impetrar a peça na 4ª Vara Criminal do Fórum da Barra Funda, na Capital. Se acatada a ação, o petista torna-se réu no processo.

A denúncia inclui ainda a ex-primeira-dama Marisa Letícia e um dos filhos do ex-presidente, Fábio Luís Lula da Silva, ambos por lavagem de dinheiro, citados por serem eventuais beneficiários do apartamento. Ao todo, são 16 pessoas acusadas de envolvimento no negócio, entre elas, o ex-dirigente da empreiteira OAS José Aldemário Pinheiro Filho, o Leo Pinheiro, e outros funcionários da empresa. Oficialmente, o imóvel está registrado em nome da construtora. O triplex teria sido reformado pela OAS, pelo valor aproximado de R$ 1 milhão, para a família de Lula.

O Instituto Lula afirmou que o ex-presidente nunca foi dono do imóvel, porém apenas proprietário de cotas de empreendimento da Bancoop (Cooperativa do Sindicato dos Bancários de São Paulo), adquiridas por Marisa Letícia. A entidade entrou em falência e transferiu apartamentos inacabados para a OAS. O texto adiciona também que a família de Lula aplicou R$ 179,6 mil na aquisição da cota, que foi declarada à Receita Federal.

A defesa de Lula sustentou que a denúncia foi antecipada no dia 22 de janeiro à revista Veja por Conserino, antes, portanto, da finalização do procedimento investigatório. “Hoje, ele (promotor) apenas formalizou o resultado, deixando claro que a apuração não foi isenta, decorrendo tão somente da parcialidade e da intenção deliberada de macular a imagem de Lula, imputando crime a pessoa que o promotor sabe ser inocente.” Os advogados do ex-presidente consideram que Conserino “transformou duas visitas a um apartamento em ocultação” de patrimônio. “A família do ex-presidente nunca escondeu que detinha cota-parte de empreendimento da Bancoop, tendo solicitado o resgate desta cota no final de 2015.”

O escritório de defesa acrescentou que a conduta somente ratifica que o MP-SP e o MPF (Ministério Público Federal) estão investigando os mesmos fatos, indicando a necessidade de o STF (Supremo Tribunal Federal) decidir sobre qual órgão tem competência para tratar do assunto. Na nota, concluiu que o promotor responde a sindicância disciplinar “justamente por ter antecipado resultado”. 




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