Alunos da rede municipal de Diadema que são cadeirantes e utilizam as vans especiais da Prefeitura para ir e voltar da escola estão sendo transportados de maneira inadequada. Isso porque nem todos os veículos contam com elevador e espaço para abrigar as cadeiras de rodas. Pais reclamam do desconforto e perigo, já que é preciso retirar as crianças do equipamento e colocá-las no banco comum.

Para a pequena Lydiane de Sousa Silva, 6 anos, a falta de transporte adequado significa ficar sem aulas. Embora limitada pela microcefalia, ela adora ir à escola. Desde sexta-feira, porém, não pôde mais frequentar o Lar Escola Josué Frantz. De acordo com os pais da garota, o problema com a van disponibilizada pela Prefeitura já existe há três anos.

"Antes ela era mais leve e dava para erguê-la e coloca-la na van. Mas agora ela cresceu e minha esposa, sozinha, não consegue carregá-la. A van não possui degrau mecânico para erguer a cadeira de rodas", diz o segurança José Pereira da Silva, 42.

O veículo escolar ainda apresenta outros problemas como o piso, que não é antiderrapante, e o espaço interno apertado. "As crianças e mães vão todas apertadas, as cadeiras não ficam fixas e batem nas paredes da van a todo momento. Já tivemos até de mandar consertar a cadeira da Lydiane por causa disso", desabafa Silva.

Sem poder andar, falar e com baixa visão, a menina fica mais ativa e alegre quando frequenta as aulas. " Em casa ela tem ficado mais quieta. É muito ruim não poder mandá-la para a escola por causa de um problema que pode ser resolvido pela Prefeitura", afirma a mãe, Roseli Pereira de Sousa Silva, 48. Cansada de reclamar sem ter retorno da Secretaria de Educação, a família abriu um processo para garantir o direito de transporte escolar de Lydiane.

A Prefeitura de Diadema reconhece o problema e diz que não consegue atender os cadeirantes de maneira adequada porque transporta, além dos alunos com deficiência da rede municipal, também os da estadual.

Atualmente o serviço de transporte escolar conta com 22 veículos, sendo 15 vans - incluindo duas adaptadas com elevador automático - e sete Kombis. Duzentos e oitenta estudantes com deficiências múltiplas, mental, física e visual de graus leves a profundos, são atendidos. Desses, 42 são de responsabilidade do governo estadual.

A Prefeitura de Diadema diz que o Estado abriu licitação para ampliar as vagas nos veículos escolares da cidade. Com isso, será possível atender melhor a demanda de alunos da rede municipal.Até lá, os veículos que não são completamente adaptados permitem aos responsáveis acompanhar o deslocamento de seus filhos.

De acordo com a Prefeitura, Lydiane e outra aluna do Lar Escola Josué Frantz terão transporte adaptado garantido já na semana que vem.