No Planalto, o comentário era que, com Cunha inaugurando o banco dos réus da Lava Jato, o Supremo terá de decidir o mais rápido possível por seu afastamento do comando da Câmara, porque, se demorar ou não for este o veredicto, Dilma terá muitos problemas.
Embora o calvário de Cunha enfraqueça muito o processo de impeachment contra a presidente, o governo avalia que enfrentará retaliações a curto prazo, e prefere manter cautela. Para o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, não há vinculação direta entre o impeachment e a situação de Cunha. "Nós estamos trabalhando para melhorar a economia e a política, isso sim", afirmou.
Depois de muitas negociações, o Planalto conseguiu adiar a votação do projeto do deputado Esperidião Amin (PP-SC) que altera a metodologia de cálculo da dívida dos Estados com a União. A proposta integra a pauta-bomba e, se for aprovada, o governo pode ter uma perda de R$ 300 bilhões.
Dilma sabe que, em ano de eleições municipais e fraturas na base aliada, todos querem aumentar despesas. Diante desse quadro, o diagnóstico reservado do governo é que ter um presidente da Câmara processado por corrupção, mas ainda no comando da Casa, é um perigo para a presidente.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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