Se a secretaria aprovar o projeto, a Prefeitura e a Ambar (Associação de Amigos do Museu Barão de Mauá) irão receber a verba necessária para a restauração (cerca de R$ 169 mil). “Não há um período definido para que o governo federal analise o projeto, mas em geral não leva mais de um mês. Estamos bastante otimistas”, disse a diretora do museu, Sílvia Ahlers.
A casa é um típico exemplo da arquitetura Bandeirista do século XVIII, em São Paulo. As linhas são retas, com janelas pequenas e um despojamento que em nada lembra o luxo e a riqueza barrocas do mesmo século, presente principalmente em Minas Gerais e Bahia. As paredes espessas foram construídas com a técnica de taipa de pilão – barro socado entre duas lâminas de madeira – e pintadas com cal.
O projeto de restauração prevê a troca das portas e janelas que não forem originais. “Vamos fazer outras dentro do padrão da época, e com madeira de lei (a madeira original é canela preta, não mais disponível). Apenas uma porta original está degradada e será guardada”, disse Sílvia.
As portas e janelas serão pintadas de verde, assim como toda a parte de madeira da casa. O beiral do telhado será aumentado e as telhas serão fabricadas nos moldes das produzidas no século XVIII.
Na época em que foi construída, a casa tinha chão de terra batida. As tábuas de canela preta foram colocadas posteriormente, no século XIX. Com a restauração, o chão será revestido com lajotas. “Como não é possível ficar com a terra batida, vamos usar lajotas para obter um efeito visual semelhante”, disse a diretora. Será construído um muro de arrimo e reserva técnica, para guardar as peças que não estiverem em exposição.
O projeto de restauro foi elaborado após levantamento feito pelo professor Carlos Lemos, da FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) da USP (Universidade de São Paulo). “É um projeto importantíssimo. O museu, juntamente com a Igreja do Pilar, em Ribeirão Pires, é uma das únicas construções antigas da região. A construção é mais relevante que o próprio acervo”, disse Lemos.
O museu tem um acervo de dez mil peças, sendo que a coleção mais significativa é a de porcelanas e cerâmicas – Mauá Cidade da Porcelana –, biblioteca especializada em história da cidade e região e exposição de fotografias antigas. O museu foi tombado pelo Codephaat em 1975.
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