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Grupo auxilia os que estão de luto
Angela Martins
Do Diário do Grande ABC
02/11/2011 | 07:30
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Perder um ente querido é doloroso e muitas vezes a saudade é algo difícil de lidar. Para auxiliar as pessoas que ainda estão em luto pela morte de alguém foi fundado há dois meses o Grupo de Apoio Sol de Primavera, em Santo André. Lá os frequentadores podem dividir experiências, falar sobre seus medos e encontrar novamente a alegria de viver.

Idealizado pela psicóloga Claudia Gravalos dos Santos, 43 anos, o grupo tem média de dez integrantes por sessão, que acontecem quinzenalmente. "Perdi minha única irmã há um ano, vítima de câncer de pulmão. Antes disso, já pensava em montar grupo com essa finalidade, já que sempre trabalhei com o luto e a morte".

Após a morte da irmã, a psicóloga procurou um grupo na cidade, até então o único no Grande ABC, mas organizado por instituição ligada à igreja espírita. A sensação foi de fortalecimento e oito meses depois ela montou o Sol de Primavera. "Posso dizer que ainda estou de luto, mas também ajudo quem está passando pelo mesmo problema".

Em média, uma pessoa leva de oito meses a dois anos para "elaborar" o luto, segundo a psicóloga. "Este é o ato de transformar a dor em saudade, e finalmente aceitar a perda". Durante as reuniões, os integrantes falam sobre seus sentimentos. Vale chorar, rir e até descarregar a raiva.

O perfil do grupo é heterogêneo, participando pessoas de diferentes classes sociais e religiões. A religiosidade, aliás, é apontada como fator positivo para quem procura por conforto. "Geralmente as pessoas que têm alguma crença conseguem superar mais facilmente a morte de um ente querido".

O grupo ainda promove palestras e visitas na casa dos enlutados. A dica da psicóloga é buscar ajuda de imediato. "Quanto antes, melhor. No entanto, cada um tem seu tempo. O importante é não vivenciar essa dor sozinho".

O Dia de Finados, assim como todas as datas comemorativas - Natal, aniversário ou Dia das Mães - reaviva o sentimento de perda, conforme explica a psicóloga. Pensando nisso, o Sol de Primavera fará sessão especial na sexta-feira, das 20h às 21h30.

"Perto do Natal estamos pensando em fazer outro evento, para estarmos todos juntos. É uma data especialmente difícil porque toda a mídia está voltada para a festa, cujo mote é a família", diz Claudia.

A dona de casa Maria Emília Soares da Silva, 55, ainda não sabe se visitará hoje o túmulo do filho, assassinado aos 23 anos. "Meus outros filhos querem ir, mas não sei se consigo. É uma dor muito grande".

No ano passado, o Natal não foi comemorado, já que a morte ocorreu no dia 17 de dezembro. Após longo período de dor, Maria Emília encontrou apoio durante as sessões. "Antes eu apenas chorava, estava desesperada. Agora estou bem melhor e as reuniões têm auxiliado a encontrar a paz".

O Sol de Primavera faz reuniões sempre às sextas, na Rua Artur de Queiroz, 872, bairro Casa Branca. Os encontros são gratuitos. Informações: 3969-7516 e 9735-7727.




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