Numa entrevista publicada nesta quinta-feira no jornal Jerusalém Post, Barak afirmou que um acordo de paz incluiria a criaçao de uma capital palestina que seria chamada al-Qods (Jerusalém em árabe). Entretanto, o primeiro-ministro israelense se recusou a esclarecer que bairros fariam parte desta capital.
Implicitamente, o primeiro-ministro nao deixou nenhuma dúvida de que seriam transferidos para o domínio palestino os bairros de Jerusalém Leste, a parte árabe da cidade santa, o que já tinha sido consenso na Cúpula de Camp David (Estados Unidos) em julho.
Estas declaraçoes constituem aparentemente a primeira confirmaçao pública das concessoes que Barak havia invocado na cúpula, que fracassou no dia 25 de julho, e que foram rechaçadas pelo presidente da Autoridade Palestina Yasser Arafat, por julgá-las insuficientes.
Entretanto, os incidentes violentos que aconteceram na manha desta quinta-feira na Esplanada das Mesquitas - terceiro lugar santo do Isla e local que também é venerado pelos judeus - ilustram bem o caráter explosivo da questao de Jerusalém.
Pelo menos quatro palestinos ficaram feridos nesta quinta-feira com balas de borracha disparadas pelas forças de segurança israelenses, enquanto 25 policiais também foram apedrejados durante a polêmica visita do líder do Likud, principal partido da oposiçao de direita israelense, Ariel Sharon, à Esplanada das Mesquitas.
O Likud havia anunciado na quarta-feira que o objetivo desta visita era expressar sua revolta com o questionamento da soberania de Israel sobre este lugar sagrado para os judeus. No local, ficava o segundo mais importante templo judeu, destruído pelos romanos em 70 D.C, cujos vestígios formam o Muro dos Lamentos.
Até o momento, ignora-se se estes confrontos terao efeitos sobre as negociaçoes entre israelenses e palestinos, que foram retomadas esta semana em Washington, em reunioes separadas com os Estados Unidos.
O gabinete de Barak nao falou sobre o assunto até o final da manha, mas Arafat denunciou imediatamente a visita de Sharon à Esplanada das Mesquitas.
Barak afirmou em entrevista ao Jerusalém Post que nenhum primeiro-ministro estaria de acordo em transferir a soberania do Monte do Templo (nome judeu da Esplanada das Mesquitas) aos palestinos ou a um órgao islâmico.
Sobre este tema tropeçam todas as negociaçoes entre israelenses e palestinos, estes últimos continuam exigindo a soberania sobre a Esplanada, situada na parte velha de Jerusalém, área que desejam tornar capital do seu futuro estado.
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