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Moradores de S.Bernardo saem em carreata contra cadeião
Samir Siviero
Do Diário do Grande ABC
11/08/2001 | 17:40
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Os moradores da região central de São Bernardo fizeram neste sábado uma carreata de protesto contra construção do CDP (Centro de Detenção Provisória) na avenida Armando Ítalo Setti. A manifestação passou pelas principais ruas do Centro e, segundo os organizadores do Movimento Não Cadeião, contou com a participação de 103 carros.

O grupo tenta chamar a atenção do poder público e conseguir brecar a construção do CDP naquela região. A discussão se fortaleceu em março deste ano quando o secretário adjunto de Segurança Pública do Estado, Mário Papaterra Limongi, anunciou a reforma e ampliação da atual Cadeia Pública de São Bernardo. Com as obras, a cadeia será transformada em um prédio de cinco andares com capacidade para abrigar 600 detentos.

“Continuamos fazendo reuniões semanais e neste fim de semana quisemos demonstrar a força do movimento às autoridades locais. Tanto que passamos em frente da casa do prefeito Maurício Soares”, disse a professora Rosana Catanzaro.

Por volta das 11h, a carreata partiu da avenida Armando Ítalo Setti, em frente ao 1º DP de São Bernardo, local onde será instalado o CDP. Os carros passaram por ruas próximas, em volta do Paço Municipal e retornaram ao local de saída, onde soltaram bexigas e encerraram a manifestação às 13h. “Tivemos o retorno esperado, porque o poder público precisa saber que a população está contra essa cadeia. Nas ruas que passamos, os moradores saíam de casa e manifestavam apoio”, afirmou o advogado Gustavo Nonato Marques Filho.

Ele disse que, além de promover manifestações, o grupo tenta impedir a construção juridicamente. “Alguns advogados estão reunidos para entrar com uma ação, porque há, inclusive, uma lei municipal que impede a instalação de cadeias em áreas residenciais.”

Argumento – Um dos principais argumentos utilizados pelos manifestantes é o processo de desativação do Complexo Penitenciário do Carandiru, em São Paulo. “Enquanto em São Paulo estão tirando o presídio da região central, por causa dos seguidos problemas, aqui querem erguer uma prisão para 600 presos em área residencial. Não podemos aceitar isso”, disse Rosana, uma das líderes do movimento.

Apesar de ser contra a instalação do CDP na região central, o grupo não indica outra área que teria condições de abrigar a cadeia. “Assim como não queremos a cadeia perto de nós, não podemos indicar um terreno perto da casa de alguém, mas já foram apresentadas outras opções que as autoridades sempre encontraram algum problema”, disse o securitário Osmar Araújo.




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