Os prefeitos do Grande ABC têm se especializado em utilizar uma suposta falta de dinheiro para justificar a inércia que caracteriza as administrações municipais. Não há verba para nada, como se o cidadão e as empresas tivessem como deixar de pagar impostos por causa da crise econômica que aflige o Brasil. No início do mês, o velho argumento foi utilizado para avisar a população regional de que ela ficaria sem ter acesso gratuito aos testes rápidos para identificar o contágio pelos vírus transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti.

Pois agora surge luz no fim do túnel. Recém-empossada na presidência da Fundação do ABC, a médica sanitarista Cida Damaia colocou a entidade à disposição das prefeituras para ajudar, inclusive, a custear parte dos testes rápidos para a detecção de pacientes com dengue, febre chikungunya e zika vírus. Os prefeitos não devem perder tempo.

Aliás, o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC deveria convocar imediatamente reunião extraordinária para deliberar a melhor maneira de solicitar auxílio à Fundação do ABC, cujo orçamento anual é de R$ 2,1 billhões – dinheiro, aliás, repassado pelos próprios contribuintes das sete cidades, por meio das prefeituras. Não se pode ignorar oferta de auxílio para combater um mal que, apenas em uma de suas faces (a dengue), contagiou na região 556,3% a mais de pessoas no ano passado do que em 2014.

Excelentíssimos prefeitos do Grande ABC, Carlos Grana, Luiz Marinho, Paulo Pinheiro, Lauro Michels, Donisete Braga, Saulo Benevides e Gabriel Maranhão, os senhores precisam ir imediatamente ao encontro da doutora Cida Damaia, ou então enviarem representantes, para iniciar as tratativas do melhor jeito de executar a campanha para a aquisição e compartilhamento dos testes gratuitos das doenças causadas pelo Aedes aegypti. A Saúde dos moradores das sete cidades tem de ser tratada como prioridade. Se os chefes de Executivo não têm dinheiro, como alegaram, que ao menos demonstrem disposição de buscar ajuda quando ela é oferecida.