Um ex-soldado americano de 21 anos, suspeito de ter violado e matado uma mulher, junto com outros três membros de sua família, em março perto de Mahmoudiyah (Iraque), foi acusado nesta segunda-feira pelos Estados Unidos de estupro e morte.

Steven Green era um soldado de primeira classe do 1º batalhão do 502º regimento de infantaria (101ª divisão aerotransportada), baseado em Kentucky (centro-leste) e enviado a Mahmoudiyah, a cerca de trinta quilômetros ao sul de Bagdá, explicou um comunicado do ministério da Justiça.

Na noite de 11 para 12 de março, segundo um documento do FBI, Steven Green dirigiu-se para uma casa perto de um posto de controle, acompanhado por três soldados com os quais ele havia bebido, e violou uma das mulheres que moravam lá.

Segundo os depoimentos de um soldado que ficou no posto de controle e de dois dos soldados que o acompanhavam, Steven Green foi direto para um quarto onde estavam uma mulher, um homem e uma menina. Ele retornou declarando que havia matado todos: "Acabo de matá-los, todos morreram ".

Em seguida, Steven Green e um outro soldado violaram uma jovem mulher que estava na casa. Depois, Green a matou com dois ou três golpes de fuzil de assalto.

Os quatro homens jogaram o fuzil de assalto num canal, e queimaram suas roupas, que traziam vestígios de sangue. Fotos tiradas algumas horas depois mostram que eles tentaram queimar o corpo da jovem mulher violada.

Num primeiro momento, o quádruplo homicídio foi atribuído a grupos iraquianos. No dia 20 de junho, surgiu outra versão, segundo a qual teria havido um "stress no combate".

Steven Green, que se aposentou depois de 11 meses de serviço por "problemas de personalidade", foi preso na noite de sexta-feira em Asheville (Carolina do Norte, sudeste). Ele compareceu na manhã desta segunda-feira diante de um juiz federal da Carolina do Norte, e deve ser reenviado para Kentucky, onde será julgado.

Na sexta-feira, o exército americano no Iraque havia anunciado a abertura de uma investigação sobre o caso. O FBI foi encarregado da investigação no território americano.

Em virtude do "Military extraterritorial jurisdiction act", um soldado americano suspeito de crimes no exterior pode ser processado pela justiça civil dos Estados Unidos como se os crimes tivessem sido cometidos em território americano.