Diarinho Titulo
Na companhia do piano
Juliana Ravelli
Do Diário do Grande ABC
07/03/2010 | 07:02
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TV Globo/Rafael França


Você deve estar acostumado a apertar teclas, sejam do telefone ou do computador. Mas nem todas são assim, sem graça. Algumas são mágicas; basta tocá-las para o ambiente se encher de som bonito, que parece entrar na gente. Que teclas são essas? As do piano.

O personagem Gabriel, interpretado por Caio Manhente, 9 anos, na novela Viver a Vida (Globo) sabe disso. Na trama, os olhos do menino brilham toda vez que vê o instrumento. "Minha avó paterna tem piano em casa. Sempre que vou lá, toco de brincadeira porque adoro o som", conta Caio, que teve aulas de música para atuar.

O garoto diz que considera ótima sacada do autor Manoel Carlos colocar um menino que goste tanto de piano. "Isso chama a atenção de outras crianças. Só me interessei quando passei a interpretar o Gabriel. Daí, comecei a experimentar e achei uma delícia."

Quando Bárbara de Souza Bueno, 5 anos, se mudou com a família para São Caetano, teve grande surpresa: a casa tinha um piano. Como adorava se divertir apertando as teclas, os pais perguntaram se queria aprender a tocar o instrumento. Assim, começaram as aulas da menina. "Fico treinando sempre porque, senão, não vou saber tocar nada", diz.

E é verdade. Para ser pianista profissional, é preciso muita dedicação. Quem tem essa meta e já cresceu um pouquinho precisa estudar todos os dias, além de frequentar as aulas de piano e teoria musical.

Por enquanto, Bruno Navarro Barros, 9, de São Caetano, não pensa em ser músico quando crescer. "Piano tem som muito bonito. Quero aprender direito para tocar na igreja", explica o menino, que faz aulas há cerca de um ano.

Música deixa a gente mais feliz

Na orquestra, o piano é considerado o rei dos instrumentos; parecido com o leão na selva. Em geral, pode-se aprender a tocar suas 88 teclas a partir dos 6 anos. Mas, dependendo do aprendiz, nada impede que comece um pouquinho antes.

Traz um montão de benefícios para o pianista. Para tocá-lo, é preciso utilizar as duas mãos, assim, trabalha-se as duas partes do cérebro, desenvolvendo cada vez mais a coordenação motora e o raciocínio. E tem mais: o instrumento torna o aluno mais disciplinado e concentrado, favorecendo os estudos. Além disso, como outras expressões artísticas, a música faz bem para a mente, tendo a capacidade de nos deixar mais feliz. Tocar piano pode ser uma forma de espantar o estresse e o mau-humor.

O cantor e compositor Dudu Nobre descobriu isso cedo. Queria ser músico desde bem pequeno. Contou o sonho para a mãe, que logo disse: "Para ser um dos melhores, você vai ter de estudar bastante". Assim, aos 6 anos, ele começou a ter aulas e só parou aos 16. "O piano é fantástico. Para minha formação, foi importantíssimo. Quero que minhas filhas (Olívia, 7, e Thalita, 6) tenham a iniciação musical pelo piano", afirma Dudu.

Novato pode treinar no teclado

O piano ainda é muito caro, por isso, nem sempre dá para comprá-lo no início dos estudos. Uma das alternativas é treinar no teclado, que é mais barato e ocupa bem menos espaço. O modelo mais indicado é o que tem teclas sensíveis ao toque. Assim, como o piano, o som fica mais ou menos forte de acordo com a força com que é apertada.

Apesar disso, os dois instrumentos são bem diferentes. Por isso, quem deseja ser pianista profissional precisa estudar no piano de verdade.

Seis horas de estudo por dia

A história de Crystal do Espírito Santo, 11 anos, daria um filme. Quem a assistiu no Fantástico (TV Globo) deve ter se emocionado. Aos 7, viu um piano de pertinho pela primeira vez; foi amor à primeira vista. Começou a ter aulas na igreja com professor voluntário.

A facilidade impressionou o pai, Carlos Alberto, que sempre foi apaixonado por música clássica. Como a filha amava o instrumento e tinha muito talento, passou a lutar pelo sonho dela: ser uma grande pianista.

Crystal vive em Jaboatão dos Guararapes, perto de Recife, Pernambuco. Não teria dinheiro para pagar aulas, mas encantou tanta gente que começou a receber ajuda. "Meu pai me incentivou a não desistir", diz.

Depois que ganhou o piano, estuda durante seis horas, todos os dias. Tanta dedicação já lhe rendeu recompensas; em fevereiro, participou de festival internacional de música clássica na França. "Os pais deveriam incentivar os filhos a ler mais e aprender música."

Tem mais

- Antes do piano, havia o cravo. Não se sabe ao certo quem o inventou, mas acredita-se que surgiu no século 14. Embora também tenha teclas, o cravo é menor e possui som diferente. Foi no cravo que o compositor austríaco Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) começou a compor suas obras aos 5 anos de idade.

- No início do século 18, surgiram os primeiros pianos. Seu inventor é o italiano Bartolomeo Cristofori. No início, a novidade não conquistou muitos músicos. Pouco a pouco, se desenvolveu e começou a substituir o cravo.

- O piano preferido entre os grandes músicos é o da marca Steinway, produzido somente em Hamburgo (Alemanha) e Nova York (Estados Unidos). Ao contrário de instrumentos como o violino (em que os mais velhos são sempre os melhores), quanto mais novo e moderno é o piano, melhor o som que produz. 




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