Um grupo dissidente conhecido por APSC (Assembléia para a Promoção da Sociedade Civil), dirigida pela economista Marta Beatriz Roque, preparou os últimos pontos do Congresso Nacional, uma reunião polêmica que pretende definir um modelo de transição do atual regime castrista de Cuba para uma democracia. O encontro deve ocorrer nesta sexta-feira e terminar no sábado.

De acordo com Marta Roque, a Assembléia reúne perto de 360 grupos da ilha, ditada por Fidel Castro, o governante que ocupa o poder há mais tempo do que qualquer outro presidente em todo o mundo. A economista espera a presença de até 400 pessoas, divididas entre personalidades do exterior e representantes civis. Apesar da esperança, Roque acredita que muitos dos convidados não possam desembarcar no país.

A diretora da Assembléia, que já foi presa em 2003 e foi libertada em novembro de 2004 por motivos de saúde, desconhece a posição do regime de Fidel Castro mas relata que todos estão dispostos "a sofrer as conseqüências". Outros grupos discordaram da opinião de Roque, mas a economista preferiu deixar as críticas de lado. Os movimentos conhecidos da ilha, como o MCL (Movimento Cristão de Libertação), o moderado Arco Progressista e o liberal Partido da Solidariedade Democrática comentaram que não participarão do Congresso Nacional e não compartilham da iniciativa da APSC.

Fidel Castro criticou, por uma transmissão simultânea de rádio e televisão, a organização do evento e acusou-os de "fomentarem a desestabilização, a conspiração e a subversão interna". Fidel ainda esbravejou dizendo que os dissidentes recebem dinheiro dos Estados Unidos para financiar a oposição cubana.