O italiano Claudio Abbado foi eleito regente titular e diretor artístico da Filarmônica de Berlim em 1989. Ao substituir Herbert von Karajan, uma das maiores legendas da música erudita deste século, na orquestra mais prestigiada do mundo, Abbado, mesmo avesso à autopromoçao, virou os holofotes para a sua direçao.
A grande obra do maestro à frente da orquestra foi a renovaçao do seu repertório. Abandonando posturas autoritárias, Abbado fez com que as platéias da Filarmônica de Berlim passassem a ouvir compositores contemporâneos, como o italiano Luigi Nono.
Essa preocupaçao com novas geraçoes de autores e músicos o acompanha há tempos. Em 1978 fundou a Orquestra Jovem da Comunidade Européia. Em 1986 fundou a Orquestra Jovem Gustav Mahler. Dois anos depois fundou o festival de arte, literatura e música contemporâneos Wein Modern. Em 1992, lançou o programa Berliner Begegnungen, uma série de ensaios abertos com instrumentistas experientes e jovens talentos.
Abbado, hoje com 67 anos, já anunciou que deixará a Filarmônica de Berlim ao final de 2002. Seu sucessor, o inglês Simon Rattle, ainda que mais afeito à seduçao da mídia, mantém o perfil de proximidade com a vanguarda. Como sao os próprios músicos da orquestra que elegem seu condutor, essa é uma prova de que o trabalho de Abbado, definitivamente, deixou marcas profundas no mundo da música erudita.
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