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Crise na economia faz população da região pedir emprego em 2016

Moradores das sete cidades esperam que o Ano
Novo venha acompanhado por boas oportunidades

Yara Ferraz
do Diário do Grande ABC
01/01/2016 | 07:07
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Montagem/DGABC


O principal pedido dos moradores do Grande ABC para o ano novo, que começa hoje, é uma situação financeira melhor. Afetada pela crise econômica que assola o País, seja pelo desemprego, pelo custo de vida elevado ou problemas sociais agravados, a população das sete cidades só tem um pedido: que 2016 chegue acompanhado de oportunidades para a melhoria de vida.

A equipe do Diário foi às ruas para ouvir o que os moradores da região têm a considerar sobre 2015 e os desejos para este ano.

Para a pensionista Luzia da Silva Santos, 56 anos, moradora da Vila Vitória, em São Bernardo, a vida sempre foi difícil. Natural de Garanhuns, em Pernambuco, ela tenta a sorte no Grande ABC pela segunda vez. “Já tentei me aposentar por invalidez no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), mas negaram. Já estou ficando velha e, por causa do meu problema no braço esquerdo <(ela perdeu os movimentos após acidente), ninguém quer me contratar. Estou procurando alguma vaga faz tempo, mas com essa crise está praticamente impossível”, destaca.

Luzia sobrevive com o benefício mensal no valor de um salário mínimo (R$ 880 a partir de hoje). Seu sonho é conseguir um emprego para ajudar a família que ficou no Nordeste. “A situação está difícil e a única coisa que queremos é viver com dignidade. Estou pensando em voltar para lá (Garanhuns) e, pelo menos, estar perto da família.”

Elenice Sales, 52, moradora do Recreio da Borda do Campo, em Santo André, faz decorações em festas infantis e também trabalha como cabeleireira. Ela afirma que em 2015 o faturamento caiu em 40%. “As pessoas estão optando por festas mais simples. Quem me chamava para um penteado, agora está fazendo em casa, porque precisa do dinheiro para comer”. Ainda assim, ela se mostra otimista para 2016. “O brasileiro é um povo maravilhoso. Vamos sair dessa crise. É só não ter medo de trabalhar e de correr atrás.”

Quem caminha pelo calçadão da Rua Coronel Oliveira Lima, no Centro andreense, percebe a figura do Motoqueiro Fantasma, personagem que realiza performances e tira fotos em troca de moedas. Por trás da máscara, está o artista de rua Jurandir Oscar da Silva, 52, que sentiu na pele a diminuição de sua renda em 2015, com faturamento 80% menor do que o registrado em 2014.

“Eu ganhava R$ 500 por dia normalmente. Semana passada, no mesmo local e durante o dia inteiro, faturei R$ 100. As pessoas não têm mais dinheiro para prestigiar a arte. Amanhã (hoje) estou indo para o Litoral e espero que a situação esteja melhor por lá.”

Elisângela Aparecida da Silva, 35, se divide entre a região central de Santo André e de São Bernardo vendendo sorvetes. Desempregada, ela encontrou na atividade oportunidade de se manter. O faturamento chega a R$ 1.200 mensais, mais do que ela costumava ganhar em seus empregos anteriores como operadora de caixa e atendente. “Mesmo com a vida melhorando, a gente fica com medo porque vê a situação do País e não sabe como será o dia de amanhã.”

Visitando parentes em Santo André, a cabeleireira Kátia Boiani, 42. e o sobrinho Jonatan Zavan, 23, vieram de São Carlos, no interior do Estado. Ele, que acabou de ser despedido, vivencia tempos difíceis. “No Natal, só entregamos presentes para as crianças. E pensava que a situação estava mais difícil no Interior, mas estou vendo que é em todo lugar, incluindo aqui no Grande ABC. Vamos precisar de muita fé.” 




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