Artigo

Neste ano travamos embate com setores religiosos que querem retirar do texto do Plano Municipal de Educação as palavras ‘direitos humanos’ e ‘gênero’. Com o passar dos anos muita coisa mudou, mas a ditadura do machismo ainda está firme e forte. Passam a ideia de que falar de direitos humanos e relações de gênero é pecado. Mas lembro-me do filme Valente, da Pixar, que traz a história da jovem princesa Merida.

O roteiro em que a menina é protagonista da sua vida contraria o estereótipo da princesinha doce e passiva, à espera do príncipe encantado. E por isso é riquíssimo para discutir gênero, ao romper os ideais feminino e masculino que reforça a desigualdade.

Tenho dúvida se sabem o que significa o termo ‘gênero’, pois deturpam o conceito. Refiro-me a setores conservadores interessados em manter sistema machista, patriarcal e racista. Este é perpetrado pela nossa cultura que coloca o gênero feminino em inferioridade em relação ao masculino. O machismo, além de causar dor nas mulheres e suas famílias, transforma homens em opressores e assassinos.

As pessoas estão se deixando manipular: ‘Ah, mas isso vai confundir a cabeça das crianças, pois menina é menina e menino é menino’. Então, eu pergunto: e as violências doméstica e sexual perpetradas por adultos? Isso não confunde as crianças? Criança saudável, para mim, é como Merida, quando ela pode ser o que é. Não defendemos ambiente onde a criança será influenciada, mas que ela seja feliz e respeitada.

Garantir Educação pautada nos direitos humanos e de respeito à diversidade sexual e de gênero evitaria sim essas mortes. O antídoto é o respeito ao que é da natureza da pessoa e cada um com sua fé. É o Estado laico cumprindo seu dever. O que trago está garantido na Constituição de 1988 e na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Quanto às Câmaras Legislativas, seu papel é de legislar em prol da dignidade humana, da cidadania, do pluralismo. Não podemos e não vamos retroceder.

De acordo com Miskolci, sociólogo brasileiro, a escola deve ser acionada para mudança cultural. Discutir gênero é fundamental para que mulheres conheçam seus direitos, aprendam a identificar e denunciar violências. As representações sobre o que é ser homem ou mulher dividem as pessoas entre as socialmente aceitas e as que são obrigadas a lidar com a recusa e repreensão moral. O gênero e a sexualidade não devem limitar a dignidade e direitos. O que precisamos ensinar nas escolas é o respeito! Um salve a todas as ‘valentes’!

Silmara Conchão é feminista, socióloga, professora universitária e secretária de Políticas para as Mulheres da Prefeitura de Santo André.

Palavra do leitor

Devem contribuir
Pela informação do secretário de Administração de Santo André, senhor Antonio Leite, haverá atraso no pagamentos dos funcionários da Casa. Pergunto: o salário dele, do prefeito, dos vereadores, dos cargos de confiança e dos comissionados atrasará também. Será que não está na hora de diminuir os vencimentos dos altos cargos da Prefeitura, do prefeito, dos vereadores dos assessores, dos cargos de confiança e o número de cadeiras de vereadores para ajudar a equilibrar o Orçamento municipal? A quem ganha mais e é privilegiado, está na hora de dar sua contribuição também.
Elcio Carvalho
Santo André

Trocado
O PT tem de parar com essa conversa mole de que tirou 36 milhões de brasileiros da miséria, pois, para o partido, viver sem o auxílio do governo é estar na miséria. Agora, desconta desses números os que deixaram de trabalhar para passar a receber o Bolsa Família, onde o PT desmantela os serviços públicos para dar dinheiro aos pobrezinhos e ‘ferrar’ com a vida dos coitados, cujo benefício jamais bastará para pagar aquilo que perderam. Tipo o governo te quebra as duas pernas, te dá muleta e diz que te ajudou. Acorda, povo brasileiro! Todo dinheiro do Bolsa Família é trocado perto do que o governo deu aos bancos, às superempresas suas amigas, aos governos de países comunistas, aos beneficiados do Mensalão, do Petrolão e aos envolvidos na Lava Jato. Na verdade, estes sim saíram da miséria, não o podre brasileiro que recebe o Bolsa Família. Acorda, Brasil. Fora PT!
Claudio Claudinei Henrique
São Bernardo

Nada fácil!
Que País é este no qual o cidadão doente tem de recorrer à Justiça para conseguir remédio ou cirurgia? Mesmo que o tratamento seja em outro país não tem de recorrer à Justiça. É brincadeira uma situação dessa, porque o dinheiro é nosso, não do governo. No entanto, temos de pedir, implorar e recorrer para conseguir! Acho que a população deveria cobrar mais daqueles que se dizem responsáveis. Temos direitos. Pagamos impostos, aliás, e diga-se de passagem, um dos mais altos do mundo. Talvez o governo devesse criar o um único imposto. Mas não sei se daria certo. No governo PT acho que não, pois eles inventariam o ‘bolsa imposto’.
José Amâncio
Santo André

Contaminou
Causa espanto ao povo brasileiro ver a indignação de Renan Calheiros ao observar o seu colega de profissão Delcídio do Amaral ser preso. Esquece-se esse ‘nobre’ parlamentar de que quem deveria dar exemplo de dignidade e respeito ao povo lançou vírus sobre a política do País, que se transformou em epidemia de roubo e corrupção, que contaminou a Nação do Oiapoque ao Chuí. E o único antídoto para combater essa praga chama-se Bangu 1, 2 e 3 ou, no caso de reforço, Maracanã, Mineirão etc.
Sérgio Antônio Ambrósio
Mauá

Só Ciclosporina?
Utilizo o medicamento Ciclosporina 50 mg, de uso contínuo, e retiro mensalmente na Farmácia de Alto Custo do Hospital Mário Covas, em Santo André. Porém, está em falta há mais de um mês. Ligo todos os dias para o hospital e ainda não chegou o medicamento. O que aconteceu com o fornecimento da medicação? Estive no hospital no dia 11 e muitas pessoas estavam sendo informadas da falta de remédios, não somente da Ciclosporina, mas muitos outros. Como pretendem resolver essa situação? Prejudicando o tratamento e pondo em risco o paciente transplantado? É uma vergonha! Cadê o secretário da Saúde para resolver isso? Os transplantados jamais podem ficar sem esse medicamento. Espero respostas urgente!
Vanderlei dos Santos
Santo André